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terça-feira, 30 de novembro de 2010

para Dodô

Falo de dor. Eu também. Falo que dói. Em mim também. Dói mesmo Dominique. Dói feio, de várias formas e por diversas coisas. E agora nesse instante a dor que sinto é por escutar as suas palavras. Se pra você as verdades daquele encontro foram inventadas, digo então que existe mais sinceridade na ficção que na realidade.
O que houve naquele encontro foram tentativas. Tentativas de compartilhar aquilo que ainda pode ser compartilhado. E ficou difícil encontrar uma saída. Eu sei, estava difícil. Pra todo mundo estava difícil. Eu estava perdida, dilacerada e precisava encontrar um motivo, ao menos um, pra continuar...e falei de sol, de folhas, de bosques e de uma vontade arrebatadora de que por pelo menos alguns segundos todos que ali nos rodeavam (crianças, velhos, pais, mães) pudessem olhar para um mesmo ponto, todos juntos olhando uma mesma direção, compartilhando de um mesmo sentimento apenas por alguns segundos, e assim, com as respirações suspensas, todos juntos sem saber estariam juntos. Acho que eu falava de milagre, acho que sim. Acho que falava de Utopia Fred, acho que sim. E foi nesse momento que Nina me deu a mão e disse: somos o corpo e o sangue de cristo! E por mais que aquilo parecesse ridículo e absurdo foi a coisa mais linda que escutei em toda a minha vida, ela falava sério e eu entendi muito sério. E pensei porque não? Somos o sangue e o corpo de cristo, porque não? A gente pode acreditar em milagres sim, a gente pode acreditar que somos mais do que isso, que somos seres divinos e que temos poderes incríveis porque não? O que nos impede? Quem nos impede?
E então você Dominique se levantou colocou uma música e dançou. E naquele instante você calou todo mundo e por alguns segundos você parou tudo. Você fez o que eu consegui apenas dizer. E mesmo que eu não acreditasse naquela sua dança eu acreditei com toda a força naquele seu gesto e entendi o seu grito e compartilhei da sua dor. Obrigada.
Vamos juntos. É só o que peço.