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segunda-feira, 4 de abril de 2011

para o cara do café:

deste ensaio de hj o que mais fica:

- precisamos um do outro. No nosso grupo já tem uma ausência instaurada e não suportamos outra.

- o que cada personagem fala não pode ser considerado uma verdade. O discurso de cada personagem é construído sob o próprio ponto-de-vista. E tais discursos podem e devem se contrapor. Os argumentos se atravessam. O que o cara do celular diz não facilita a construção de um entendimento único. Aprendi na UNIRIO que uma forma de se contruir um personagem é lendo o que os outros personagens falam deste um. Nesta peça isso não dará certo.

- qual a importância da profissão dada a cada personagem ? Até que ponto saber que meu personagem fez economia vai influenciar as minhas escolhas ? Como atrelar as profissões dadas com os improvisos sem cair no estereótipo ? Qual o lugar da pesquisa de campo ? Porque entrar em contato com economistas e não com feirantes psicólogos ou padres ? Qual é o espaço da humanidade ? Fred, algumas informações foram dadas e agora a gente convive com elas. Não podemos definir o que é resposta de quê. Tá tudo junto. O que eu respondo é resultado de muitos estímulos e não é importante agora separar estimulo de resposta.

- fizemos uma cena sem representar. Aquela realidade poderia ser ficção. Somos capazes de reproduzi-la novamente ? Penso que nesta cena não ensaiada a gente teve muito do que gosto: uma fala interrompida bruscamente; o olhar suspenso que guia todos os outros olhares; nós correndo e o resto ficando, imóvel; as gargalhadas como alívio; as gargalhadas que não cessam e só aumentam; a cumplicidade de nós ali, jogados, rindo do ridículo; e a gente voltando ao ponto em que paramos: -vamos retomar ? ainda temos 15 minutos; a configuração espacial era a mesma: cadernos, lápis e computador barulhento continuava fazendo barulho. Tava tudo lá, só esperando a gente para continuar. Tava tudo igual. Ok, nem tudo, agora tinha uma aranha morta no lixo.