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sexta-feira, 22 de julho de 2011

ensaio 57

22/07/11, unirio, sala 604
diogo, vítor, fred, marília, nina e dominique

aquecimento de uso. muitos sorrisos. intensidade. depois, pelo espaço, andamentos cada vez mais mais. abaixar/erguer/seguir andando. empunhar a espada (sem comandos). tudo bem com vocês? a coisa toda coloca o corpo num lugar que eu nem sei.

figurino. aquecimento vocal (precisamos adequar o aquecimento ao trabalho de 08h30 às 09h, talvez de 08h30 às 09h15. isso é essencial para os próximos encontros.

trabalho com cenas. primeiro no papel: cortes. depois na cena: prólogo, cena um e cena dois.

prólogo: as entradas e saídas estão mais claras. o lugar conquistado para o inácio é determinante. nada excede ou extravaza. ele entra por conta do all star. apenas. não se entende a princípio, mas tudo bem, alguns minutos depois será perfeitamente compreendido. a entrada de rita talvez deva sugerir algo mais com o lenço. era da lilla? ela brinca, joga o lenço, pede à cecília, cecília responde a ela e ela sai? dramaturgia. a(u)tor. pensar nessas proposições e seguir testando. vítor ganhando o jogo com a nina. será que ele é grosso com cecília? será que ele é bruto? mas mesmo que ele seja, por quê? por que ele seria e o que isso desbrava nela? há uma grande importância nesse estresse. tenho a sensação de que odilon deva abrir demais a questão para vermos cecília se resguardar no seu esconderijom forjado (mp3 player). andréia é precisa na impaciência (não se acostumar a ela, seguir impaciente, abandonar a coleira no chão mas permanecer ereta, atenta na lista). saídas e entradas devem ser precisas e diretas. para a próxima semana, vamos investigar quais entradas e quais saídas a cecília se permite responder e/ou perceber. 

cena um: batidão total. entrar e sair. posso ouvir o som das portas se abrindo e batendo, quase nunca sendo fechadas. não segurem o texto. vamos segurar quando for preciso, mas quase nunca é preciso nessa cena. emburacar no drama das personagens. vocês estão cada vez mais pertos dele. vocês estão descobrindo como é doce e cruel brincar de ser o outro. sigam brincando. tá ficando lindo vendo a dor deles se discernindo em vocês. menos por querer e intencionar e mais pelo jogo. pelo simples jogar. repitam o texto, repitam até encaixar, até o corpo de vocês estremecer e pedir pelo corte. ele virá. as coisas se esquentam nessa cena mas são redirecionadas. o mau-estar do quadro trazido por cecília é abrandado com a dança do inácio com o quadro. boa proposição fred, sutil e esmagadora. revela um inácio que não conhecíamos, mas que pode existir tranquilo. inácio diz que não veio pra chorar porque está louco pra desabar, só por isso. olha como ficamos mais forte quando não sublinhamos sempre o que é dito.

CORTE SECO, odilon vira para nós, espectadores, e conta o seu trajeto após o dia do enterro. tem que sabê-lo de frente pra trás e de trás pra frente. caso contrário, não dá pra jogar com você. e é preciso jogar muito esse texto. vamos fazer isso juntos: decorando primeiro.

cena dois: apostei com vocês numa quebra que não visa estender a cena anterior. apesar de muitas propostas interessantes (quase um montar da sala, com objetos, quadro na parede...) acho importante sabermos cortar para facilitar a chegada de novos estados. é bruta essa virada, acho que não devemos intencionar costurar cena um na dois. temos um intermezzo, que é o texto do odilon.

boa chegada dos meninos. dodô, como lidar com a fala do sucessinho? como torná-la possível e natural? isso é preciso. apostar na simultaneidade, sem medo, sem hesitação. vocês fizeram um bom trabalho hoje, seguir, porque pode ser que lá na frente seremos simultâneos e completamente intercalados, dando ao público uma experiência intensa de simultaneidade arranjada. a cena dois se configurou como um pré-buraco (que é a cena três).

hoje mexerei na dramaturgia e envio. mas, saibam, independente do meu envio ou não, decorem o que vocês têm. estudem. estudem. no final da próxima semana teremos cenas novas, ou seja, quanto mais estudarem o que temos melhor.

sobre a cena dois, enfim: boa a progressão. percebemos como é preciso se afetar com aquilo que afeta o outro. em que lugar cada coisa bate em cada um. bom trabalho, marília e dodô, pela força com que vocês estão ganhando o texto e deixando por meio deles vazar a dor dessas personagens. bom trabalho, mesmo. nina, vítor e fred: seguir na construção dessa afetação. odilon perdido entre o horror que ele achou que soubesse qual era, mas que se atualiza na sua frente e deixa ele meio sem ar. odilon entre andréia e a situação da lilla. inácio roubado de si pelo horror dos amigos. meio atônito, sem fazer força, apenas pela entrega simples de ouvir o que é dito. cecília sem saber como se diz isso tudo. sentindo, se perfurando, mas não sabendo como se diz tudo aquilo.

andréia fala - que bom que você resolveu explicar. porque toda vez que você abre a boca a gente entende tudo, menos isso.

percepção aguda de que o ritmo influencia tudo. caramba, não chora, deixa ela chorar, eu não tô chorando, tá sim que eu tô vendo, rita você tá maldosa, não chora, deixa ela chorar... DEIXA ELA CHORAR (por que cecília insiste tanto nisso?). é normal se sentir culpada.

a cena três emerge no meio da sala.

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