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terça-feira, 2 de agosto de 2011

qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá.

Profanar, rasgar o verbo, o corpo,
não ligar pro que os outros vão dizer,
não é maldizer é dizer bem, é fazer acontecer, não é fazer o que bem entender e cagar pra todo resto, é fazer sem ofender mas sem também se retirar,
dizer a que veio honestamente, sinceramente, profundamente.
Esquecer o que se é, incorporar o que não sabe.
Vestir a camisa, comprar a briga e correr de olhos fechados.
Existe algo querendo nascer que não revela um rosto apenas um cheiro.
Por isso o fechar de olhos, assim farejamos melhor, assim amamos mais vezes uma mesma e tantas outras mesma coisa.

Profanar é amar o estranho, o não sabido, o proibido porque estranho, o mal falado porque não sabido.
Profanar é amar sem jeito, sem lugar pra acontecer, amar caindo abraçado na lagoa Rodrigo de Freitas, feito poste que despenca, feito pingüim de geladeira. Profanar é ser otário, bobo, ridículo, e tudo isso porque se ama, porque se morre de amor.

Profanar porque eu preciso da baba caindo no meu corpo, pra sentir que ainda existo em algum lugar inexplicável.
Profanar porque eu preciso da risada contagiante junto ao choro de pavor,
Profanar porque corre sangue, fezes e urina pelo meu corpo, corpo esse profanado desde o que dia em que nasceu.
Profanar porque meu corpo é testemunha de um horror sem precedentes, horror que me faz cúmplice de um crime que não cometi.


Transformo em palavras o que me pede pra ser digerido. Não sei qual o valor desse bolo estomacal, divido-o com vocês pra pensarmos juntos e propormos juntos. Não sei o que nos espera e isso me agrada muito.