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domingo, 16 de dezembro de 2012

Um ou outro. Pode o meio?

Fiquei em dúvida quanto dar nome. Dúvida das linguagens. Se uma ou outra. Se ontem ou hoje.
Fiquei sem saber realismo ou naturalismo. Real ou natureza. Impliquei sobretudo com o friso ismo. Queria outro nome para dar conta do Isto (que nos move).
Agora pensando, na fila de um teatro qualquer, seria uma dramaturgia do acontecimento ou dramaturgia de situação?
Nossa drama parece querer aprofundar a situação. A circunstância dada. Não quer correr o risco de se escrever em meio ao caminho.
...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

achar meios de expressão artística que contribuam para a preservação da natureza como um reservatório das formas naturais

2013 será também - novamente - o ano do dragão.
uma mistura de intuições. direção compartilhada. investigar outro caminho. falhar. falhar melhor.
o inominável voltará a investigar a nossa sinopse inaugural. cinco amigos que se reencontram no apartamento de uma amiga em comum, dois meses após o seu suicídio.

— Dizem que a arte tem cada vez mais a ver com a natureza, mas a própria natureza está em perdição. É preciso achar meios de expressão artística que contribuam para a preservação da natureza como um reservatório das formas naturais, da imensidade da criação, que está desaparecendo. Insistimos ao mesmo tempo na dimensão artística e humana. Trata-se de um grito de alerta mais radical e protestatário, um chamado para as opiniões públicas. O sentido desse manifesto é o de dizer aos artistas: juntem-se a nós, engajem-se pela causa do naturalismo.


estamos interessados no naturalismo. mas não enquanto linguagem. enquanto acontecimento. não cabe dizer. isso aqui é uma postagem bruta, brusca, apenas para fazer constar aquilo que nos afeta constantemente.

ou
o suicídio

claude monet

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SINFONIA SONHO DO TEATRO INOMINÁVEL ENCERRA O ANO CUMPRINDO APRESENTAÇÕES NO INSTITUTO DO ATOR, NA LAPA


A companhia carioca Teatro Inominável encerra o ano trazendo novamente à cena o seu quarto espetáculo, dando continuidade ao caminho iniciado no Festival de Curitiba, em abril deste ano. Com SINFONIA SONHO, o Inominável apresenta a história de Kevin, uma criança de nove anos que de súbito se torna alvo de um desejo: o de se tornar música, por conta da peça teatral que começa a ensaiar em sua escola. Inspirado no massacre de crianças ocorrido em abril de 2011 numa escola municipal do Rio de Janeiro, o espetáculo visa trazer à tona um olhar mais atento e responsável sobre a infância e, por extensão, também sobre o futuro.


Nas palavras do diretor e dramaturgo, Diogo Liberano, o objetivo primordial de SINFONIA SONHO foi o de tentar destituir a poesia da ordem do impossível. O olhar sobre a realidade social do Rio de Janeiro nos provou que era do nosso próprio dia-a-dia que o absurdo nascia, nos fazendo alvo de situações consideradas impossíveis, como o massacre de crianças em Realengo. Ora, sendo assim, por que também não fazer a poesia nascer desse mesmo cotidiano?

Após estreia no Festival de Curitiba, em abril deste ano, o espetáculo cumpriu 6 apresentações no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, a convite dos diretores artísticos Daniela Amorim e Joelson Gusson. Em seguida, percorreu mais de 10 festivais por todo o Brasil, sendo indicado ao 2º Prêmio Questão de Crítica na categoria Direção. Em outubro e novembro, a convite dos diretores artísticos do Teatro Glaucio Gill, Daniele Avila e Felipe Vidal, SINFONIA SONHO cumpriu temporada de 14 apresentações. E agora, encerrando o ano, realiza mais 6 apresentações, durante duas semanas, no Instituto do Ator, na Lapa.

Ao tratar de temas como infância e família, o espetáculo atinge um vasto público, colocando em cena o encontro de duas famílias vizinhas incapazes de lidar com suas respectivas crianças. SINFONIA SONHO é um olhar sobre a nossa realidade e também uma denúncia de sua perversão. Vivemos numa época em que valores como família e educação se encontram completamente abalados, abrindo espaço para uma série de perversões, como aquela que assegura a constante infantilização de adultos e a precoce “adultização” de crianças, ausentando a responsabilidade de adultos, educadores e pais sobre as nossas crianças, conclui Liberano.


O espetáculo, apresentado como encenação de conclusão da graduação do diretor Diogo Liberano na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vêm obtendo ótima repercussão de crítica e público. Nas palavras do crítico Lionel Fischer: acredito ser impossível o espectador não se envolver totalmente com uma montagem que, tendo a motivá-la um texto belíssimo, exibe deslumbrante teatralidade.

Sinopse
SINFONIA SONHO de Diogo Liberano. Criada a partir do massacre de crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, a peça é uma tragédia que lança luz sobre a infância e sobre o futuro. Em cena, uma criança de nove anos, Kevin (Márcio Machado), é tomada pelo desejo de se tornar música, por conta da peça teatral que começa a ensaiar em sua escola. Com Adassa Martins, Andrêas Gatto, Dominique Arantes/Flávia Naves, Gunnar Borges, Laura Nielsen, Márcio Machado, Natássia Vello, Rodrigo Vrech e Virgínia Maria. Dir. Diogo Liberano. Realização Teatro Inominável. (95min). De 10 a 19 de dezembro – Instituto do Ator. Segundas às quartas, 20h. R$20. 16 anos.

Serviço
De 10 a 19 de dezembro de 2012
Segundas, terças e quartas às 20h
Local: Instituto do Ator
Esquina com a Rua Joaquim da Silva – Próximo ao Metrô da Glória
Tel.: 2221-8040
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada para estudantes, idosos, deficientes físicos, professores da rede pública de ensino e menores de 21 anos, devidamente identificados)
Classificação Indicativa: 16 anos
Capacidade de público: 40 lugares
Duração: 95 minutos (sem intervalo)

Equipe de Criação
Direção e dramaturgia: Diogo Liberano
Orientação de direção: Eleonora Fabião
Elenco:
CÉLIA Adassa Martins
CORLEY Andrêas Gatto
CAROLINA WELLERSON Dominique Arantes/Flávia Naves
TOMAS Gunnar Borges
MOIRA Laura Nielsen
KEVIN Márcio Machado
JOANA BRAVO Natássia Vello
FRANKLIN Rodrigo Vrech
EVA Virgínia Maria
Assistência de direção: Thaís Barros
Direção de movimento: Caroline Helena
Direção Musical: Philippe Baptiste
Cenário: Leandro Ribeiro
Orientação de cenário: Ronald Teixeira
Figurino e visagismo: Isadhora Müller + Marina Dalgalarrondo
Orientação de indumentária: Desirée Bastos
Iluminação: Davi Palmeira + Thaís Barros
Orientação de iluminação: José Henrique Moreira
Registro fotográfico: Thaís Grechi
Registro audiovisual: Thaís Grechi + Pedro Bento
Preparação vocal: Verônica Machado
Design: Diogo Liberano + Gunnar Borges
Ilustrações: Lucas Canavarro
Assessoria de imprensa: Bruno Pacheco
Marketing cultural: Davi Palmeira
Produção executiva: Adassa Martins + Gunnar Borges
Direção de produção: Diogo Liberano
Realização: Teatro Inominável + Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Apoie SINFONIA SONHO no Catarse!

Para a viabilização da temporada de estreia de Sinfonia Sonho no Rio de Janeiro, o Teatro Inominável está recorrendo ao Catarse - plataforma de financiamento coletivo, Para maiores informações, acesse o link abaixo, veja o vídeo e as contrapartidas e nos dê o seu apoio. Somente com ele conseguiremos arcar com as demandas de produção desta temporada.

Não temos muito tempo, portanto, clique abaixo.


O Teatro Inominável agradece imensamente o seu apoio.

terça-feira, 29 de maio de 2012

“A peça não é boa”

Bom, a verdade é a seguinte: neste sábado, 02 de junho, às 20h, na sede da Cia. dos Atores, o Teatro Inominável traz novamente aos palcos cariocas o seu segundo espetáculo, estreado em 2010.

Em Vazio é o que não falta, Miranda, quatro atrizes e um diretor tentam, a todo o custo, encenar a obra Esperando Godot de Samuel Beckett, sem obter sucesso. O espetáculo nasceu de um longo processo no qual elenco e diretor de fato tentaram trazer à cena a obra de Beckett, porém, acabaram por reescrever os caminhos ditados por esta obra mundialmente conhecida.

Miranda cumpre temporada de sábado à segunda-feira, sempre às 20h, com entrada franca (basta chegar com trinta minutos de antecedência e retirar sua senha). Durante as três semanas, o Inominável também apresenta as MESAS TOMBADAS, uma série de conversas com convidados super especiais. Segue abaixo a programação completa:

Segunda-feira, 04 de junho, às 18h
TEATRO E METALINGUAGEM, com o diretor teatral ENRIQUE DIAZ
Mediação de Diogo Liberano

Domingo, 10 de junho, às 18h
TEATRO E PERFORMANCE, com a performer/teórica da performance ELEONORA FABIÃO
Mediação de Natássia Vello

Segunda-feira, 18 de junho, às 18h
TEATRO E ARTES PLÁSTICAS, com a artista plástica LIVIA FLORES
Mediação de Caroline Helena

Não deixem de prestigiar o espetáculo e, sobretudo, também não percam as conversas. A entrada é sempre gratuita, bastando chegar com antecedência de trinta minutos para retirada de senha.

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domingo, 27 de maio de 2012

“A peça está pronta! A peça está pronta! A peça está pronta”

Bom, de acordo com a inominável Adassa Martins, nosso espetáculo Vazio é o que não falta, Miranda realmente está de pé. Bom, há quem duvide. De qualquer forma, o início de nossa temporada está chegando. Já no sábado que vem, dia 02 de junho, às 20h na Cia. dos Atores (Rua Manoel Carneiro, 10-12, Lapa), o Inominável retorna aos palcos com o seu espetáculo xodó.

Em cena, as quatro atrizes da companhia (Adassa Martins, Caroline Helena, Flávia Naves e Natássia Vello) e o diretor e dramaturgo Diogo Liberano tentam a todo custo encenar a obra máxima de Samuel Beckett, Esperando Godot. A montagem estreou em 2010 e agora, a convite da Cia. dos Atores, retorna para a sua terceira temporada.

Muitas pessoas que já assistiram ao espetáculo, quando convidadas novamente, dizem o clássico “eu já assisti”. Bom, com toda sinceridade, MIRANDA não consegue ser a mesma por muito tempo. A pesquisa e o trabalho, desde 2010, modificou tudo o que tínhamos e aprofundou nossas buscas enquanto companhia. A dramaturgia é inédita e, naturalmente, o jogo cênico é também renovado. Vejam de novo!

Permaneceremos em cartaz de 02 a 18 de junho, aos sábados, domingos e segundas, sempre 20h. A entrada é franca, portanto, não deixem de vir. A lotação do espaço é de 60 lugares e - em breve - divulgaremos os três convidados que virão bater um papo antes de três apresentações.

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terça-feira, 15 de maio de 2012

“O que pode um corpo que sofre?”

Segue abaixo o vídeo teaser com a atriz Caroline Helena. A (re)estreia de Vazio é o que não falta, Miranda está confirmadíssima para o sábado, 02 de junho de 2012, às 20h na Cia. dos Atores. A entrada é franca, basta chegar com uma ligeira antecedência para retirar seu ingresso.

Fiquem ligados no blog do espetáculo (desesperandogodot.blogspot.com) e redes sociais. A qualquer momento, informaremos sobre as mesas de debate que acontecerão durante a temporada.

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

“Eu não me sinto feliz”

De fato estamos ensaiando Vazio é o que não falta, Miranda. Mas, convenhamos, não é para tanto. Neste vídeo, a atriz Flávia Naves expõe um pouco do seu descontentamento com o nosso processo. Paciência, Miranda chega aos palcos no dia 02 de junho, permanecendo na Cia. dos Atores até 18 de junho, de sábado à segunda-feira, sempre às 20h.

Em breve, informações completas. Estamos planejando um ciclo com debates com convidados, sempre antes das apresentações que acontecem às segundas. Fiquem ligados aqui no blog ou em qualquer outra rede social do Inominável.

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terça-feira, 8 de maio de 2012

Após SINFONIA SONHO, Inominável retorna aos palcos com MIRANDA

Após a temporada de estreia de Sinfonia Sonho, novo espetáculo do Teatro Inominável, o segundo trabalho da companhia retorna aos palcos. Vazio é o que não falta, Miranda (2010) apresenta as quatro atrizes da companhia (Adassa Martins + Caroline Helena + Flávia Naves + Natássia Vello) e o dramaturgo-diretor (Diogo Liberano) tentando encenar a peça Esperando Godot de Samuel Beckett.

miranda teaser

O espetáculo estreou em 2010 e retorna agora em sua terceira temporada, integrando a programação anual da Cia. dos Atores, que acontece na Lapa, Rio de Janeiro. De 02 a 18 de junho, de sábado à segunda-feira, sempre às 20h, Miranda promete chegar com tudo (independente do que isso possa significar).

Fiquem ligados no blog do espetáculo: desesperandogodot.blogspot.com

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Novo espetáculo do Inominável estreia em abril

Espetáculo com inspiração no livro Precisamos falar sobre o Kevin, Sinfonia Sonho estreia no Rio de Janeiro após participação no Festival de Curitiba

A companhia carioca Teatro Inominável traz aos palcos o seu quarto espetáculo, dando continuidade a pesquisa do coletivo iniciada em 2008. Com SINFONIA SONHO, apresenta a história de Kevin, uma criança de nove anos que de súbito se torna alvo de um desejo: o de se tornar música, por conta de uma peça teatral que começa a ensaiar em sua escola. Inspirado nos recentes acontecimentos envolvendo o massacre de crianças em espaço escolar na cidade do Rio de Janeiro, o espetáculo visa trazer a tona um olhar mais atento e responsável sobre a infância e, por extensão, também sobre o futuro. A peça estreia dia 13 de Abril, às 21 horas, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Rio de Janeiro.

Sinopse

Criada a partir do massacre de crianças numa escola municipal em Realengo, SINFONIA SONHO é uma tragédia que lança luz sobre a infância e, por extensão, sobre o futuro. Em cena, uma criança de nove anos, Kevin (Márcio Machado), é tomada pelo desejo de se tornar música, por conta da peça teatral que começa a ensaiar em sua escola.

Para saber mais sobre o espetáculo, acesse o blog: [http://oantiedipo.blogspot.com].

Serviço

SINFONIA SONHO – no Festival de Teatro de Curitiba
Quando: 06, 07 e o8 de abril (Sexta 15h, Sábado 18h e Domingo 21h)
Onde: Teatro José Maria Santos (Rua Treze de Maio, 655, Centro – Curitiba/PR)
Quanto: R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10,00 (Meia-entrada para estudantes, idosos, deficientes físicos, professores da rede pública de ensino e menores de 21 anos, devidamente identificados)
Classificação Indicativa: 16 anos
Duração: 90 minutos (sem intervalo)

SINFONIA SONHO – no Rio de Janeiro
Quando: De 13 a 22 de abril (Sextas e Sábados 21h, Domingos 20h)
Onde: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (Rua do Humaitá, 163, Humaitá – Rio de Janeiro/RJ)
Quanto: R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10,00 (Meia-entrada para estudantes, idosos, deficientes físicos, professores da rede pública de ensino e menores de 21 anos, devidamente identificados)
Classificação Indicativa: 16 anos
Duração: 90 minutos (sem intervalo)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

e depois da peça tem FESTA NA LAJE

DRAGÃO na GAMBOA

Venham todos e todas! Vai ser imperdível! Mesmo!

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Nesta sexta e sábado, tem DRAGÃO na GAMBOA

Cinco jovens se reencontram no apartamento de uma amiga em comum, dois meses após o seu suicídio. Esse é o ponto de partida do espetáculo Como Cavalgar um Dragão, da jovem companhia carioca Teatro Inominável. Com dramaturgia de Diogo Liberano, criada em processo colaborativo, a peça fala de uma geração em busca do acerto de contas com uma realidade contraditória que a perfura e desorienta. A estreia aconteceu em 2011, no TEMPO_FESTIVAL das Artes, seguida de uma temporada de sucesso durante dois meses no Teatro Municipal Maria Clara Machado.

A aposta cenográfica, assinada por Rafael Medeiros e Fernanda Abreu, parte do mote inaugural do projeto, "atravessamentos", para compor o espaço de um apartamento onde as paredes são telas de pintura cruas que evidenciam o universo representacional do espetáculo e, que passam a ser atravessadas pelos atores na evolução da dramaturgia. Para o crítico João Cícero Bezerra, em crítica publicada no site do TEMPO_FESTIVAL,  "(...) Eis um belo drama contemporâneo (...) uma investigação filosófica sobre a perda. Como Cavalgar um Dragão quer chegar à dimensão ética da linguagem, naquele momento em que a falta desestabiliza o todo, e surge a necessidade de recriar o sentido, a fim de que o jogo e a vida continuem em sua significação arriscada (...)".

Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Diogo Liberano assina a direção ao lado de Flávia Naves, graduada em Artes Cênicas pela UNIRIO. A produção é de Rômulo Corrêa e no elenco estão Dominique Arantes (Andréia), Fred Araújo (Inácio), Marília Misailidis (Rita), Nina Balbi (Cecília) e Vítor Peres (Odilon). O espetáculo foi contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro – FATE, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, e conta com a supervisão de Marina Vianna, atriz e co-autora do espetáculo/filme de Christiane Jatahy, A falta que nos move, importante referência no processo.

Ensaio de DRAGÃO

Para Antonio Guedes, diretor do Teatro do Pequeno Gesto, "Do ponto de vista da dramaturgia, o Dragão trabalha com personagens muito bem construídos. Contando com a parceria de ótimos atores, esses personagens, pelo contraste de temperamentos, nos apresentam um rico mosaico de reações possíveis diante do tema central: o suicídio. Mas do ponto de vista da encenação, esse conto não se deixa transformar numa narrativa simplista, realista, mero relato de uma história. Como plateia, experimentei a descoberta de cada modo de se colocar diante desse limite imposto sobre a vida."

Em 2012, o espetáculo começa o ano no Galpão Gamboa, dentro da mostra GamboaVista. Serão apenas duas apresentações, nessa sexta (21h30) e sábado (21h), dias 03 e 04 de fevereiro. Na sexta, logo após o espetáculo, haverá uma festa com o Bar Enchendo Linguiça e DJ’s convidados. Para quem assistir o espetáculo, a entrada é gratuita. Para quem chegar até 00h, apenas r$ 10. E pós 00h, r$ 20. Para maiores detalhes, acesse o blog do espetáculo (atravessar.blogspot.com) ou do Instituto Galpão Gamboa (www.galpaogamboa.com.br).

SOBRE O TEATRO INOMINÁVEL

Criado em 2008 pelo encontro de Adassa Martins + Dan Marins + Diogo Liberano + Flávia Naves + Helena Cantidio + Natássia Vello, jovens artistas com graduação em Artes Cênicas por universidades públicas brasileiras (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ + Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO), durante poucos anos de existência, o Teatro Inominável criou quatro espetáculos: com NÃO DOIS (2009) pesquisamos a dramaturgia contemporânea da Argentina, num processo que durou onze meses por sobre a obra PASO DE DOS do dramaturgo Eduardo Pavlovsky. Nessa peça, nos debatemos contra o ditado popular “quem cala consente”, apresentando um drama sobre um torturador e uma torturada e a possibilidade do horror e do afeto coexistir num mesmo gesto; com VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA (2010), depois de dez meses em processo, descobrimos como o sentido é uma verdade movediça. Profanando a obra ESPERANDO GODOT de Samuel Beckett, nos debatemos contra outro ditado popular: “quem espera sempre alcança”. Nessa peça, diversas possibilidades para criação e cognição do sentido eram tentadas, numa encenação metáfora de si própria, na qual quatro atrizes e um diretor tentavam trazer aos palcos uma peça que nunca chegava a ser criada; em COMO CALVAGAR UM DRAGÃO (2011), apresentamos um reencontro de cinco amigos dois meses após o suicídio de uma amiga em comum. Partimos da busca e da necessidade de se permitir ser afetado pelo mundo e pelas relações, redescobrindo tudo aquilo que nos atravessa. DRAGÃO foi contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e integrou a programação do TEMPO_FESTIVAL das Artes; com SINFONIA SONHO (2012) apresentamos uma tragédia contemporânea criada a partir de recentes tragédias envolvendo o massacre de crianças em espaço escolar no Rio de Janeiro. Nessa peça, a companhia busca falar sobre a infância e, por extensão, também do futuro. Em nossa investigação, priorizamos as questões do “agora” e também do “aqui”, numa busca constante por diálogo com o nosso país e cidade.

SERVIÇO

COMO CAVALGAR UM DRAGÃO
Classificação etária: 14 anos
Duração: 75 minutos
Sexta (03/02) as 21h30 e Sábado (04/02) as 21h
Instituto Galpão Gamboa
Rua da Gamboa, 279 – Barão da Gamboa – Rio de Janeiro
Clique aqui para saber como chegar
Informações:
(21) 2516-5929
Capacidade: 80 lugares
Ingressos: r$ 20, (inteira) e r$ 10, (meia-entrada)

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

~GamboaVista


Está chegando a hora. Estão dizendo por ai que este ano é o ano do Dragão. Pois que assim seja. Nos dias 03 e 04 de fevereiro, o Teatro Inominável traz de volta aos palcos do Rio o seu espetáculo Como Cavalgar um Dragão.

A peça apresenta o reencontro de cinco amigos, dois meses após o suicídio de uma amiga em comum. De acordo com o crítico João Cícero Bezerra, "(...) Eis um belo drama contemporâneo (...) uma investigação filosófica sobre a perda. Como cavalgar um dragão quer chegar à dimensão ética da linguagem, naquele momento em que a falta desestabiliza o todo, e surge a necessidade de recriar o sentido, a fim de que o jogo e a vida continuem em sua significação arriscada (...)".

 

Clandestinos dragão

 

Será uma ótimo oportunidade realizar nosso espetáculo num espaço tão incrível como o Galpão Gamboa. A dramaturgia, criada em processo colaborativo e assinada por Diogo Liberano, tem direção do próprio em parceria com Flávia Naves, contando com a atuação e criação de Dominique Arantes, Fred Araújo, Marília Misailidis, Nina Balbi e Vítor Peres. A peça tem supervisão da atriz Marina Vianna e direção de produção de Rômulo Corrêa.

Para conhecer mais sobre o projeto Galpão Gamboa, acesse http://galpaogamboa.com.br/. Se quiser saber mais sobre a programação teatral, acesse o site do GamboaVista: http://gamboavista.com.br/.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ensaios remarcados

Segunda 16.01
09h a 12h na UFRJ

Quarta 18.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA UM

Quinta 19.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA DOIS

Sexta 20.01
09h a 12h na UNIRIO
Apenas com Marília e Nina
PRÓLOGO + SOLILÓQUIOS

Domingo 22.01
10h a 14h na UNIRIO
CENA TRÊS

Segunda 23.01 >>> apresentação da dramaturgia do figurino <<<

Segunda 23.01
09h a 12h na UFRJ
CENA QUATRO

Terça 24.01
09h a 12h na UFRJ
Apenas Dominique e Fred
EPÍLOGO + SOLILÓQUIOS

Quarta 25.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA CINCO

Quinta 26.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA SEIS

Segunda 30.01
09h a 15h na UFRJ
GERAL

Terça 31.01
18h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega ate 20h)
GERAL

Dias 03 e 04, sexta e sábado
Chegada na Gamboa entre 17h e 19h

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domingo, 15 de janeiro de 2012

pontos de vista para os próximos ensaios,,

meninos,

a partir de nossa reunião aqui em casa, tramei sete pontos de vista pelos quais acredito ser necessário passarmos, mirando cada cena novamente, uma a uma, tentando desdobrar aquilo que porventura esteja confuso, ou em falta, ou que tenha sido esquecido ou mesmo sequer ainda especulado. é uma maneira de olharmos para o que já temos e multiplicarmos as nossas implicações em expressão. é mais uma vez um jogo possível. mas tem que ser jogado. assim, o que descrevo abaixo não é nada inédito, mas sim um apanhado das questões que me pareceram mais recorrentes em nossas falas.

JOGO ou de que maneira - como - os atores expressam a cena, traduzem a dramaturgia;
BATIDA ou o tempo de cada cena (ou pedaço de cena), a duração e os inúmeros ritmos que constituem algum todo;
APROPRIAÇÃO ou em quais trechos ainda não se é confortável o jogo e como resolver isso, como ganhar a briga com as exigências da encenação e da dramaturgia;
CORPO-GESTO ou como o corpo de cada ator expressa aquilo inexprimível de sua personagem, um esboço de cada dragão (in)contido;
QUADRO ou como trazer a tona o que está soterrado sob o excesso de palavras e movimento, aquilo que é dito sem que as personagens percebam estar dizendo;
PARAGEM ou alguma maneira de permitir que a escuta aconteça, para que personagens bem como espectadores consigam deixar a ficha cair e tenham espaço-tempo para isso;
PERPLEXIDADE ou a tentativa em primeiro plano, como expressar alguma incompreensão que ali se encontra latente e em movimento.

como exposto, não é nada demais. os pontos de vista se confundem uns com os outros, mas é possível trabalhar solitariamente a partir de apenas um. pensar as cenas por tais olhares me parece determinante e extremamente proveitoso.

vejamos como vai ser isso.

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próximos ensaios de DRAGÃO

Abaixo, os próximos ensaios agendados:


Segunda 16.01
09h a 12h na UFRJ
trabalho sobre CENA UM


Quarta 18.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA UM/DOIS


Quinta 19.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA DOIS/TRÊS


Domingo 22.01
10h a 14h na UNIRIO
trabalho sobre CENA TRÊS


Segunda 23.01
09h a 12h na UFRJ
trabalho sobre CENA QUATRO


Quarta 25.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA CINCO


Quinta 26.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA SEIS


Segunda 30.01
09h a 15h na UFRJ
passadões e ajustes gerais


Terça 31.01
18h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega ate 20h)
passadões e ajustes gerais


Dias 03 e 04/02, sexta e sábado
17h para arrumação, concentração e reconhecimento do espaço
21h início das apresentações na Gamboa

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Dragão


É pessoal e intransferível.
Cada qual tem o seu.
Desde os inícios.
No entanto, por um tiro certeiro e preciso, eis que agora reina no centro da sala esvaziada, um dragão de ronco lento e pesaroso. Um dragão entristecido.
É que no exato instante em que Letícia se lançou pela janela, ela deixou o bicho preso ali dentro do quarto. Ela se lançou porque o dragão a sufocava o íntimo. E então, certeira, da forma como era preciso, ela desistiu.
Só que dragões são grandes e invisíveis. São metáforas não porque não existam, mas porque vê-los seria para o homem um risco final a cortar sua pele e revelar o próprio íntimo. Seria algo como a morte súbita e sem explicação.

Mas ele ainda existe.

Só que os pais de Letícia lacraram a janela do quarto. Poucos dias após sua morte, eles decidiram sem dizer palavra alguma que era preciso apagar o fato – duro como um muro de pedras – de que sua filha preferira o salto ao jantar.
De que Letícia preferiu partir do que tentar resolver tudo como sempre achavam terem resolvido: ao redor da mesa da sala.
Então o medo cegou seus olhos. O pavor da culpa, a tentativa de atar o que para sempre será desatado. Eles cimentaram a janela. Mas o horror persistiu no branco da parede do quarto. O horror voa solto em meio ao vento empoeirado.

Ele morre aos poucos.

No entanto, persiste no quarto já sem cama ou armário. Ele ali apavorado, sem compreender porque o mundo o repudia e se afasta do seu bafo (o baforar de um dragão é seu primeiro contato; sua forma quente de dizer prazer em conhecê-lo).
Ele ali dentro irritadiço e machucado, fazendo sobre as coisas de Lilla alvoroço e estrago. Despencando caixas, procurando comida, revirando roupas e seguindo o cheiro dela que partiu. O que ele procura talvez seja só o seu abrigo que ruiu. Mas como achá-lo se a janela foi lacrada?

Ele desde então não fechou os olhos.

Pois dois meses antes, dormia dentro de Lilla incontido. Queria ser o que a garota em seu íntimo alimentava em segredo. E o íntimo dela era ele, o dragão que agora repousa sem casa ainda é a Lilla, porém com a face desarranjada.
Dois meses depois, eis que ali se encontram os amigos de Letícia para dividir entre si os pertences dela que ainda ocupam o quarto. O apartamento vazio e semi-reformado, aguarda – ansioso – a saída desse dragão para ser vendido ou alugado.

Ele não foi brincado.

Porque Lilla não conseguiu cavalgá-lo. Por isso ele está preso no quarto, como se estivesse de castigo. Ela pediu licença sem pedir, ela fugiu sem deixar bilhete. Isso é tudo o que sabemos. Mas ali, dentro do seu quarto, o dragão se comove com o manuseio dos amigos que um a um, adentraram sua prisão e dela retiram todas aquelas coisas que ele mesmo já havia vasculhado. O dragão, preso dentro do quarto, aos poucos se sente menos enclausurado.
Cecília informou aos amigos: sobrou aquela pelúcia, alguém vai querer? Não, ninguém quis, ninguém disse nada. Dentro do quarto por agora só mesmo o dragão e uma pelúcia estranha, judiada e conhecida. Eles se olham. Estáticos. Que estranha semelhança essa que nos aprontaram, talvez um deles pense.

Ele brinca com a pelúcia e a destrói.

Enquanto na sala, os amigos não cavalgam aquilo que Lilla não soube cavalgar. Eles ali na sala reunidos hoje tentam cavalgar a si próprios (sem saber ao certo que coisa estranha é essa que carregam dentro de si). O vazio, o buraco, o silêncio, a azia, o tempo, a loucura, o mito, o que não tem nome, o inominável, o nó, o vácuo, o absurdo, este absurdo imenso que não parece fazer sentido e que, no entanto, dói.

Doo logo existo.
Então,

De que modo ultrapassar uma coisa que não admite resolução?
Eis o título de nosso espetáculo: