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domingo, 18 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Notas sobre a dramaturgia – Oito
faz tempo que não escrevo sobre a nossa dramaturgia. nessa semana, ouvi de marina vianna que nosso processo é o mais textocêntrico de todos. entrei numa crise (rápida, passageira, porém sincera e contundente). a pergunta não é que dramaturgia criamos, mas sim de que maneira chegamos até ela. tenho a clareza absoluta agora de que o nosso drama foi erguido a partir do papel escrito e não necessariamente a partir de ires e vires do corpo ao papel e vice-e-versa. nenhuma problema. o processo é movimento, é erro e tentativa.
não sei porque estou escrevendo isso. temos a nossa estreia dentro do TEMPO_FESTIVAL das Artes no próximo sábado e foi apenas no sábado passado que eu terminei de escrever o texto. de sábado passado (início de setembro, mais precisamente no dia três) até hoje, quinta, muito texto já foi mexido e reescrito. eu, aliás, estou na cozinha da minha casa, tomando um café, enquanto me preparo para reescrever um trecho que espero ser o último até nossa estreia.
mentira. a dramaturgia é e sempre foi movediça. a cena quer entrar e quer se fazer escrita. se foi um processo textocêntrico? talvez por in_experiência, talvez por amadorismo = aquela febra dos que amam com cuidado e excesso de zelo. nenhum problema. respiro. o que ponho aqui escrito é relato sincero e preciso. estamos em tempo. os corpos se movem mais do que nunca ansiosos pelo encontro com o abismo.
chega de poesia. o final da peça escrito. PRÓLOGO (escrita automática) + CENA UM (despedida do ideal) + CENA DOIS (medida da trajetória) + CENA TRÊS (esse mau estar) + CENA QUATRO (rir das marcas) + CENA CINCO (desconhecer-se) + CENA SEIS (não nomear) + EPÍLOGO (profanare). os nomes sempre sintetizando aquilo que depois eu tento expressar por falas, discursos, personagens conflitos e cruzamentos.
enfim, eu queria dizer que eu não sei. que o texto chegou ao fim mas é desde já, desde sempre, coisa morta. que é bom, bonito e seguro. mas que precisa dos corpos, das investidas, das desmedidas, sim, sobretudo das desmedidas. o texto precisa trepidar, ser alvo dos soluços e dos respirares. eu tô tão óbvio. não importa. quis apenas vir até aqui e constatar: o quanto produzimos. o quanto ainda falta para concretizar.
vamos?
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Sacola Plástica
Segue o trecho da Cena Quatro – Rir das Marcas a ser usado nas composições a serem criadas e apresentadas no ensaio de quarta-feira:
Cecília A primeira vez que eu a vi foi inegável o seu sentimento de voo. Era inexplicável a leveza que ela detinha ao riscar no ar qualquer contorno. Naquele dia eu percebi como que as coisas que não se conhecem também podem ser afins. As pessoas cruzando as ruas e calçadas e ela subindo, solitária e abusada. Ventava muito naquela tarde. E nisso ela se enchia de ar e desfilava saciada. Até que chegou ao topo de um prédio. Foi quando eu a vi e pensei na nossa amiga. Só que então o vento ventou mais forte e a sacola plástica foi, enfim, arrastada por um ar sem previsão, feito fosse um grito ou dor sem dono clamando por atenção. O ônibus parado no sinal e eu dentro dele pensando na altura que ela teria se jogado. E se ficou consciente o tempo todo. Eu pensando se o tempo todo incluia também o fim. Será que ela pensou em quem? O ônibus arrancou. Olhei através da janela e a vi despencar no meio da multidão. Feito um corpo que sobe até não mais poder, até se convencer de que realmente é preciso cair. E desde então eu não sei dizer pra onde ela foi, porque meu ônibus seguiu e agora eu tô aqui, parada com vocês, exatamente neste ponto\
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Van Gogh
Acordei assustada e com um medo pavoroso de olhar pela janela, medo de olhar as folhas, as árvores, as nuvens e só encontrar a tinta borrada no meu sonho, mas não foi isso que aconteceu, pela janela as folhas, as árvores e as nuvens ainda eram folhas, árvores e nuvens.
Suspirei, um longo suspiro de alívio e me lembro de agradecer com todas as minhas forças por não ter morrido em vida.
Acho que a Lilla acordou, olhou pro céu e só viu borrão de tinta.”
sábado, 13 de agosto de 2011
71
Composição das cenas 4, 5 e 6.
Inácio e Andréia
espalham objetos pela sala
Cantam juntos música da Xuxa "bola bola que rima com cola..."
Inácio tenta dizer para Andréia o que lhe aflige. O que escutamos são apenas tentativas de dizer sempre abortadas pela incapacidade de expressar em palavras o que se sente.
O que vemos é o corpo conseguindo dizer o que as palavras não conseguem, gestos agudos, precisos, repetitivos. Andréia consegue aos poucos traduzir o que vê, Inácio aos poucos se acalma, eles agradece, ela agradece, eles se vão.
curioso como alguns gestos do Inácio pareciam com os da Andréia....
Cecília e Odilon
Eles se olham, querem se encarar mas não conseguem, Cecília tenta fazer com que Odilon a abrace, ele não cede ao seu apelo, ela então pula em cima dele, aflita e desesperada começa a falar da altura do prédio, de como é alto, de como a Lilla se jogou de muito alto, ela então suplica para que Odilon a segure porque não quer cair, não quer despencar dali de cima, ele não cede, ela pergunta porque, porque o Odilon segura a Rita, a Andréia e até o Inácio mas não a segura, ele então finalmente cede, a agarra com força e não a deixa cair, ele pergunta de está bem assim, ela responde que sim, se abraçam e se vão.
Rita e Inácio
Inácio e Rita na sala. Inácio tem em mãos um par de meias, cada mão segura um par, com delicadeza e suavidade brinca com as meias como se estas caminhassem pelo espaço, passo a passo as meias desfilam. Rita observa, Inácio levanta as meias até o mais alto que seu braço alcança, em seguida solta as meias que caem no chão.
Rita e Inácio colocam as meias nos pés e percorrem o espaço deslizando os pés calçados. Marília sobe em cima de Inácio e logo em seguida desmancha-se no chão. Inácio toca seu corpo como se quisesse faze-la reagir, como se não a quisesse morta. Rita se ergue abraça Inácio, eles agarram o corpo um do outro, Rita soluça e chora, com esforço se desprendem um do outro, agora estão ligados por uma mão apenas, não querem se desprender totalmente, não querem, o esforço é inútil, aogra apenas um dedo os une, rita soluça, chora e ri, os dedos finalmente se libertam, eles se olham e se vão.
Andréia e Odilon
Andréia diz não quere ter certeza de felicidade
Odilon a beija, e mais uma vez a beija e mais outra e mais outra.
Andréia diz não querer ter certeza de felicicade, não agora, não nesse momento.
Cecília e Rita
Rita atende o telefonema de Caco, desmente o que havia dito pra ele, diz que está no apartamento da amiga morta com os amiguinhos que ele não gosta, diz que não vai sair, diz que não pode sair porque o Inácio trancou a porta do apartamento e engoliu a chave. Não precisa de bombeiro, eu quero ficar aqui.
Cecília tenta ajudar, Rita a repele, Cecília fica puta, Rita idem.
Cecília diz não querer ser amiga de uma escrava
Rita diz que as coisas não são simples assim.
A força das palavras e das imagens acima conseguem traduzir o que eu não conseguiria dizer. Estou encantada, apaixonada, inauguramos um espaço ainda mais íntimo, ainda mais intenso, estamos pegando fogo e isso é imenso.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
68
Voltamos recheados dos comentários sobre o nosso processo. Sim, o que aconteceu no Tempo Festival causou e causará muitos estragos, no melhor dos sentidos. Não posso deixar de dizer que a sensação de compartilhar aquilo que com tanto cuidado fizemos nascer é das melhores possíveis.
Ainda hoje uma amiga me parou no corredor da Unirio com vontade de falar. Ela queria compartilhar comigo e com Diogo o que tinha achado do nosso processo, e ela veio se aproximando com brilho nos olhos, o brilho de quem quer trocar, de quem quer dizer pra se aproximar, pra construir junto aquilo que só tem sentido se junto estivermos. Nunca antes experimentei a sensação da troca de forma tão verdadeira. Eis que então reconheço a potência própria do teatro e me alegro por estar envolvida nesse bonito trabalho.
De volta à sala de ensaio: deixemos os meninos respirar, indaga o Diogo. Vamos ver no que vai dar. Assim começou nosso ensaio de hoje, Marília, Dominique, Frederico, Vítor e Nina refazendo prólogo, cena 1, cena 2 e cena 3 soltos pelo espaço, abandonando marcas e profanando indicações. O que disso aproveitaremos ainda é obscuro, mas já é possível compreender como é forte e potente quando o jogo acontece com o corpo e não só com a palavra. Sim, o corpo, por favor. Mesmo que errado, torto, estremecido, embaraçado, mesmo que pesado, ruidoso e envergonhado, o corpo quer participar da brincadeira, quer chegar junto, quer mostrar a que veio. E vocês atores voltaram a lembrar os gestos e resgataram os jogos que havíamos abandonado e só agora percebo o quanto minhas intuições estavam certas: eu no fundo sabia que as coisas abandonadas nunca foram esquecidas.
Obrigada pelo prólogo de hoje Nina, Fred, Vítor, Marília e Dominique.
Após cena 3, improviso da cena 4. a primeira fala após tantos minutos de silêncio anuncia o grau de destruição que virá a seguir, destruição tal como a traça faminta devorando um velho livro: corrói as palavras gastas, desenhando um novo caminho.
E logo em seguida, Odilon e Andréia. Parece bobo da minha parte mas tenho torcido por você Odilon, estou quase vestindo a camisa do seu time: aqui não tem corno nem frouxo! estou quase lá...quero ver se você me convence amanhã...
Cecília e Rita entram logo depois disso, Cecília hoje quase chora falando com a Rita, é Cecília, nem tudo precisa ser dito em palavras...
Todos em cena, trocam as roupas. Odilon com diadema na cabeça, Inácio com a sandália de salto da Andréia, Andréia descalça e com aquele short não precisa de mais nada pra parecer um menininho, eles trocam as identidades, agora é Letícia quem vem chegando, Odilon é a "Lilla que traga". Letícia fumava um cigarro atrás do outro, alguém diz, ela tinha uma tatuagem no braço, uma pinta, um outro corrige, uma pinta no pescoço, não, a pinta era na coxa, era preta? era marrom. cheia de pêlos. Ela nunca tirou aquela pinta, era a marca dela, alguém dizia.
A Letícia tinha voz rouca, no tom mais grave
Gostava de mascar trident de canela e halls maça verde
Ela dizia: tô ótima Brasil!
Meio Débora Falabella. Não, meio aquela namorada do Homem Aranha.
Ela tinha olhos verdes, cabelo louro acinzentado
A coisa mais bonita da Letícia eram suas mãos. Não, era a generosidade. Ah! conta outra.
Letícia era antipática. Só no primeiro momento. É, só no primeiro e no segundo e no terceiro, quem sabe no sétimo...
Ela chamava o pai de Jorge.
Extremista.
Arrotava.
Quando não escutava as pessoas dizia assim: o que? que foi? o que?
Violeta sua cor preferida.
Ela xingava, xingamentos direcionados: vai-tomar-no-seu-cú.
Lembra da risada? e do cheiro? e do choro? e de como ela dançava...
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
A GRANDE TRANSGRESSÃO
"Cansei de carregar meu fim de mundo pra passear no bairro com o desastre atrás e o medo na frente. Essa boca também esgotou-se na tarefa de narrar escombros. Agora o vazio é bem vindo pois ele é lugar para guardar o amigo! Haverá agora em mim um outro olhar e quando eu viajar e ver o mar, ou ver um relógio de flores na cidade serrana, ou alguma pintura viva e turbulenta, estarei olhando pela Letícia e simultaneamente ela que estará olhando através de mim. Agora eu compreendo porque eu era feito de tanto vazio. É para que coubesse o outro, o mundo do outro. Essa imensidão que me ultrapassa tanto existirá em mim e por isso, eu serei menor e maior ao mesmo tempo.
Você sabe que uma vez eu fui com ela numa festa e ela carregava uma bolsinha esverdeada cheia de cacarecos. Durante a festa sentou-se no gramado e perdeu a bolsa. Quando foi embora passou a mão pelo jardim e pensou ter pego a tal bolsa, mas ela estava com uma tartaruguinha na mão. Já no carro alguém perguntou: o que você está fazendo com essa tartaruguinha no colo? E ela levou um grande susto, voltamos ao jardim e ficamos procurando a bolsa. As pessoas riam tanto junto dela que o mundo parecia estar sempre começando. Sempre perto de um caroço surreal, um núcleo mágico e abundante. É estranho que hoje se meçam as vidas pela longevidade quando muitas vezes uma longa vida jamais conheceu um grande sorriso como o dela.
Eu quis tanto experimentar e transgredir, mas agora percebo que a grande transgressão é o salto do outro para dentro de mim. Como é possível essa maravilha?"
AMIZADE E MORTE
"Eu acho que vocês deviam parar com esse barulho, esse zum-zum-zum acusatório. Eu penso naquela que se foi. É todo um mundo que partiu. Quem era a Letícia? Eu gostaria de falar dela. Ela era uma pétala e sua única defesa era o perfume. Acho que nós somos todos uns trogloditas comparados àqueles dois olhões que eram urnas verdes de silêncio. Sabe que um dia eu a encontrei numa calçada do Botafogo e ela recolhia folhas secas num saco plástico? Eu não entendi direito o que ela tava fazendo, mas esses dias me caiu a ficha: ela pegava as folhas avermelhadas, as folhas enferrujadas, como ela me disse, porque eram lindas demais! Eram lindas demais, vocês entendem? E ela carregava as folhas para o quarto dela. Vocês podem compreender que estes olhos estavam desenferrujados! Desenferrujados, sim.
- Você quer dizer que esta morte nos deixa recados?
- Você está dizendo que estamos surdos?
Falo da dor de não achar a palavra-espelho, a palavra-cesto para caber todo o infinito Letícia. Falo que o mundo da Letícia me tocou e eu me sinto pequena e humilde diante de tanta verdade. Me assusta que ela tenha passado desapercebida e que vocês não parem de falar para que a gente possa começar a falar dela. Vocês nunca repararam que a Letícia tinha uma pinta escura na coxa? Uma pinta cheia de pelos. Eu acho que aquilo era uma folha, um pedaço de árvore na perna dela. Sabe, todo mundo insistia para ela tirar, mas ela nunca tirou aquilo. Acho que era a digital da inocência. Vocês entendem? A Letícia não tinha perdido a digital da inocência.
- Vocês precisam parar de morder as próprias aftas. Não entendo: por que em mim subitamente abriu-se uma janela para outra estação? Por que de repente tornei-me delicada e extravagante? Vamos, eu proponho que falemos apenas dela. Ela morreu e isso não é ficção. Amizade e morte, é por isso que estamos aqui."
domingo, 7 de agosto de 2011
67
Nesses sessenta e sete ensaios talvez o que mais tenhamos feito é encontrar a melhor forma de dizer: estamos aqui, continuaremos aqui e juntos, e mesmo que tudo indique o contrário ainda sorrimos. Sim, talvez seja esse o nosso dizer, ainda sorrimos mesmo quando a vida nos abre janelas que são ao mesmo tempo um salto e uma queda. Um convite ao adentrar no mundo ao mesmo tempo que uma possibilidade de se retirar do mesmo. Janelas que são ponte: um salto na vida ou uma queda pra morte.
Compreender que a vida é feita de contradição, que somos fruto das nossas escolhas e que nosso corpo em sua batida irrevogável clama desesperadamente por poesia e canção, são apenas algumas das questões que nos envolveram durante esses sessenta e sete ensaios e que hoje as 18:00 horas gostaríamos de compartilhar com aqueles que nos visitarão.
Sejam muito bem vindos.
terça-feira, 26 de julho de 2011
PELÚCIA
Artista americano conhecido por costurar bonecos a partir de objetos comprados. Seu trabalho é frequentemente reconhecido como abjeto.
"Kelley vê os animais de pelúcia como o primeiro abuso dos adultos às crianças pois são modelos idealizados e assexuados destinados a fazer entrar a criança no molde das normas familiares e sociais. Por isso apresenta esses animais mutados, cortados e transformados, dando-nos uma imagem violenta e expressiva desse abuso"

fonte: http://geometricasnet.wordpress.com/2008/02/15/mike-kelley/

fonte: http://www.initialaccess.co.uk/exh/42/8/unholy-truths/mike-kelley

fonte: http://daddytypes.com/2007/04/27/say_hello_to_mike_kelleys_little_friend.php
domingo, 24 de julho de 2011
lyla
tinha esquecido dessa música e lembrei outro dia.
o nome é Lyla, a história é outra, mas também é triste.
o vídeo é de um usuário, não faz juz à música.
então o melhor é ler a letra:
You wanted to buy me
For a hundred euro
You said you'd take me
To your little car
Your friend lived near by
He had a house and all
Where was i from you said
You guessed yugoslavia
Well it's not yogoslavia
It's not yugoslavia at all
It reminded me
Of a movie i just saw
About a little girl
From yugoslavia
She got sent away
They made her prostitute
She ate mcdonald's all day
And never had a chance to play
Lyla
You wanted to buy me
For a hundred euro
You said you'd take me
To your little car
Your friend lived near by
He had a house and all
Where was i from you said
You guessed yugoslavia
But it's not yugoslavia
It's hardly yugoslavia at all
Lyla
eu coloquei em negrito a parte da yugoslavia,
acho que tem a ver com vocês:
ele adivinha daonde ela veio, dizendo yugoslavia.
ela diz que não, porque não é mais, não existe mais.
é um território que não existe mais,
um lugar que mudou de nome,
um pedaço de terra.
as coisas voltam ao que elas são, como nós, invariavelmente.
as coisas são corpo (sentidos), seguidos de nomes, seguidos de ideias.
ou em alguma outra ordem...
quarta-feira, 13 de julho de 2011
ressonância do acontecimento
Significado de Ressonância
s.f. Ato ou efeito de ressonar, de repercutir.
Propriedade de aumentar a duração ou a intensidade do som: a ressonância de uma sala.
Modo de transmissão das ondas sonoras por um corpo.
Ruído confuso resultante do prolongamento ou reflexão de um som.
Fig. Repercussão, reação: sua proposta não teve a menor ressonância.
Física. Ressonon.
Grande aumento da amplitude de uma oscilação sob a influência de impulsões regulares de igual frequência.
Ressonância elétrica, fenômeno da mesma natureza, produzido por indução a distância.
Caixa de ressonância, o mesmo que ressonador.
Química Particularidade de certas moléculas orgânicas que não podem ser representadas a não ser por um conjunto de estruturas que diferem pela localização dos elétrons.
Ressonância magnética, método de análise espectroscópica baseada nas transições induzidas entre certos níveis de energia de um átomo, de um íon, de uma molécula, submetidos a um campo magnético.
Aumento da duração e da intensidade
quinta-feira, 7 de julho de 2011
ensaio 47
07/07/11, unirio, sala 301
diogo, marília, dominique, fred, vítor, flávia, nina, verônica machado e tamires nascimento.
LONGA CONVERSA DE UMA HORA E CATORZE MINUTOS.
PANO. com diogo e flávia.
PRIMEIRA CENA.
posições no espaço;
nas quatro cadeiras;
composição:
UMA PROPOSTA DE ESPAÇO
UMA PROPOSTA DE FIGURINO
DUAS PROPOSTAS DE ANDAMENTOS DIFERENTES PARA O TEXTO
UMA IMAGEM ESTÁTICA
UMA REVELAÇÃO
UMA LÁGRIMA
UMA RISADA
UMA REPETIÇÃO DO TEXTO
UM ESTRANHAMENTO COLETIVO
descrição da composição:
os meninos chegam bem vestidos. parece fazer frio onde estão. todos usam sapatos. e isso faz toda a diferença. as roupas são de cores fechadas, mas compostas. há sobreposições, cintos, cachecóis, camisas sobrepostas, meias expostas. no entanto, alguns pontos muito miúdos de cor super aparecem. por exemplo: um copo plástico vermelho que passa, sutilmente, de mão em mão (sem a obrigação de passar por todos). a mochila azul que a cecília usa. o detalhe da marca opção – vermelho – na calça de odilon. as cores todas aparecem muito quando não há cor no geral. eles se espremem dentro de um recorte retangular e pequeno feio com uma marca de uma fita crepe hoje já extinta. eles se movem sem sentido. eles se perfuram e atravessam, eles não conseguem ficar parados. mas ficam. mas voltam a se mover. apostas interessantes que dão ao texto outros significados. exemplo: na hora em que traz a pelúcia, cecília tira sua camisa e fica de sutiã. colocando a camisa estendida no chão. os meninos então saem de dentro da fita crepe e agora a área por ela demarcada vira justamente o espaço no qual eles não entram. é interessante o uso do andamento e da repetição. pequenas repetições de trechos grandes ou apenas um frase provocam de imediato uma intensificação da coisa dita. é também muito interessante o texto sendo derramado, literalmente, sem preocupação de que o sentido acompanhe o sair de toda a fala. não importa. num dado momento, é nítida a aposta num andamento mais lento, como se as palavras custassem a sair, eu poderia dizer como se fosse duro e penoso falar do que está sendo falado. mas eu não me lembro o que foi falado, apesar de conservar a sensação de estarem os cinco andando sobre cacos de vidro. lembro da bota da cecília pisando lenta no chão. os limites de crepe sendo confrontados. sobretudo, me lembro de quanta coisa além-texto foi expressada quando se percebe que há outros meios de expressão que não somente a fala. é o corpo, o olhar, o gesto, a expressão facial. eles têm intimidade e a intimidade escorre por todo o lugar. ser íntimo é ser invisível. em virtude do jogo, do se colocar em experiência, o texto por vezes se atualiza e isso é fundamental. falas mais ágeis por vezes funcionam melhor. frases mais lentas, só quando intencionalmente desenhadas dentro de uma proposta (pouco individual) mais coletiva também funcionam. experiência. excelente aproveitamento da composição para libertação dentro do texto. quando mais ele estiver firme e entendido, mas poderosa será a sua transformação, as alterações de tempo e intenção.
PREPARAÇÃO VOCAL. com verônica machado.
ganho de peso. densidade. dor. em todas as vozes.
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domingo, 3 de julho de 2011
DO CAVALO E DA MENINA


MIRÓ
Contribuição poética de Júlia Marini, nossa figurinista.
Fontes:
imagem1: http://www.niilismo.net/forum/images/uploads/mirohorse.JPG
imagem2: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,paixao-de-miro-pela-pintura-holandesa-chega-a-ny,620796,0.htm