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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
um dia desses...
Se me rendi já faz um tempo percebo agora que foi sem querer. Sem querer a gente nasce e as vezes com sorte escolhe a própria morte. Sorte boa essa: saber morrer. Penso muito na morte talvez porque pensar na vida já não faz nenhum sentido, o caminho que as coisas foram tomando é algo assim tão estranho que talvez inverter tudo seja a única salvação. Meu Deus é o amor. Amor piedoso, fiel e persistente. Caminho pelas ruas e meus olhos insistem em fitar o chão, já não há o que ver, à minha frente apenas o cinza claro dos dias e o escuro opaco da noite. Perdeu-se o mistério, perdeu-se a vergonha. Cada homem carrega seu saco de batatas nas costas, cada homem apenas a batata e o fardo, a fome e a dor. Come a batata e ensaca a dor. Já disse, melhor inverter tudo e ver no que dá, ensacarei a batata e comerei a dor. Não hesito, depois, quando eu morrer dirão: coitada, morreu de inversão.