MADEIRA OCA
Andréia mira a platéia presente. Tem no íntimo uma torrente de palavras, que deixa escorregar.
Andréia - Quando desceram seu corpo, tive a sensação de que eu ia junto ali dentro, algo me apertando e esmagando e eu querendo gritar querendo correr eu querendo sumir ou ceder... Um senhorzinho, vendo o meu desespero, pediu que eu não chorasse tanto. Como não? Era a minha única força. Eu ali descobrindo pela primeira vez que o vazio de que todos falavam, nascia aqui. Meu deus, ela se foi tão concreta, lançada pra baixo do mundo, cheirando a mistério. A Letícia me fez amiga do absurdo. E hoje, eu danço esta dúvida a cada dia, para não ficar rígida, burra, certa demais. Eu danço esse medo para alimentar meus monstros. Para aprender a ser passagem.
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