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domingo, 18 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Panetone
É chegado o fim do ano. E com ele também chegamos ao fim de um processo que se iniciou em outubro do ano passado. Seria mesmo o fim do processo? Tenha a sensação clara e límpida de que as coisas estão começando ainda, de que o nosso ofício – do qual ainda sabemos tão pouco – supera a mesmice e sempre nos atualiza com novos tremores e arrepios. Foi lindo, meninos. Do impossível chegamos enfim ao impossível. Impossível desta vez morno e aconchegante. Hoje temos a condição de administrar um pouco mais de nossos arrepios. Isso é amadurecer.
E ao mesmo tempo estamos tão longes. Neste ano fizemos vinte apresentações de nosso DRAGÃO. E foram nove semanas ininterruptas de trabalho intenso logo na primeira temporada. Foram nove semanas que pareceram nove meses. Muito esforço, muita dedicação, muita dúvida e muitos erros e muitas descobertas. Estamos vivos. Sobrevivemos. E hoje emocionamos e trazemos a cena um pouco daquilo que também nos engole e mastiga.
Que o fim do ano traga ainda mais força e desejo em nossos corações. Que a gente consiga de novo – e mais uma vez – dobrar as diferenças para dançarmos juntos isto que nunca daremos conta de controlar:
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
“Diálogo, mais ou menos ágil, com o desequilíbrio geracional”
Eis que a nossa primeira crítica é feita pelo crítico Macksen Luiz, que esteve presente em nossa estreia, no dia 11 de outubro. A opinião do crítico foi postada em seu blog [http://macksenluiz.blogspot.com/] e pode ser conferida abaixo (clique sobre a imagem para vê-la em tamanho maior):
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Release
Cinco jovens se reencontram no apartamento de uma amiga em comum, dois meses após o seu suicídio. Novo espetáculo do Teatro Inominável, a peça Como Cavalgar um Dragão, dramaturgia de Diogo Liberano criada em processo colaborativo, fala de uma geração em busca do acerto de contas com uma realidade contraditória. A estreia será no TEMPO_FESTIVAL das Artes, nos dias 17 e 18 de setembro, no Espaço SESC. Em outubro, a montagem estará em cartaz no Teatro Municipal Maria Clara Machado.
Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Diogo Liberano assina a direção ao lado de Flávia Naves, graduada em Artes Cênicas pela UNIRIO e formada como atriz pela Casa de Artes Laranjeiras – CAL. No elenco, estão os atores Dominique Arantes (Andréia), Fred Araújo (Inácio), Marília Misailidis (Rita), Nina Balbi (Cecília) e Vítor Peres (Odilon).
A aposta cenográfica, assinada por Rafael Medeiros e Fernanda Abreu, parte do mote inaugural do projeto, "atravessamentos", para compor o espaço de um apartamento onde as paredes são telas de pintura cruas que evidenciam o universo representacional do espetáculo e, que passam a ser atravessadas pelos atores na evolução da dramaturgia.
O Inominável investiga a produção de uma cena capaz de dar voz à inquietação característica dos tempos atuais. “A intenção é abordar esta geração que, frente a situações extremas como a morte, não se permite ser indiferente. Não se trata de obter respostas, mas de cruzar os extremos”, explicam os diretores.
Criado em 2008, o Teatro Inominável (Adassa Martins + Dan Marins + Diogo Liberano + Flávia Naves + Helena Cantidio + Natássia Vello) vem se destacando no cenário teatral do Rio de Janeiro. Seus dois primeiros espetáculos, realizados de forma independente, continuam em cena: “Não Dois” (2009) do texto argentino Paso de Dos de Eduardo Pavlovsky e “Vazio é o que não falta, Miranda” (2010) da obra Esperando Godot de Samuel Beckett.
Contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro – FATE, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, o espetáculo conta com a supervisão de Marina Vianna, atriz e co-autora do espetáculo/filme de Christiane Jatahy, “A Falta que nos move”, importante referência no processo.
SOBRE DIOGO LIBERANO
Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Diogo Liberano vem se destacado como dramaturgo e diretor teatral. Este ano foi selecionado para o Seminario Intensivo de Dramaturgos, promovido pelo Panorama Sur, em Buenos Aires. Como diretor, foi convidado pela Cia do Atores a co-dirigir, ao lado de Cesar Augusto e Susana Ribeiro, o espetáculo “Peças de Encaixar”. Diretor Artístico do Teatro Inominável, dirigiu “Não Dois” (2009) e “Vazio é o que não falta, Miranda” (2010).
SOBRE FLÁVIA NAVES
Graduada em Artes Cênicas pela UNIRIO e formada como atriz pela Casa de Artes Laranjeiras – CAL, nos últimos anos, Flávia Naves vem realizando assistência de direção de diretores como Ana Kfouri (“Senhora dos Afogados”) e Ivan Sugahara (nos espetáculos “A Estupidez”, “Tempo de Solidão” e “Sem Ana”). Também integrante do Teatro Inominável, como atriz, está em “Vazio é o que não falta, Miranda” e agora assume a direção do novo espetáculo da companhia ao lado de Diogo Liberano.
SERVIÇO “COMO CAVALGAR UM DRAGÃO”
Classificação etária: 14 anos
Duração: 75 minutos
Temporada no Teatro Municipal Maria Clara Machado
Estreia dia 11 de outubro
Até 7 de dezembro
Terças e quartas, às 21h
Teatro Maria Clara Machado (Planetário da Gávea)
Rua Padre Leonel Franca 240 – Gávea
Informações: (21) 2274-7722
Capacidade: 80 lugares
Bilheteria: terça-feira à quinta-feira a partir das 18h; sextas, sábados e domingos a partir das 15h. Sempre até 21h. Aos domingos até 20h.
Ingressos: R$20 (inteira) R$10 (meia)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Notas sobre a dramaturgia – Oito
faz tempo que não escrevo sobre a nossa dramaturgia. nessa semana, ouvi de marina vianna que nosso processo é o mais textocêntrico de todos. entrei numa crise (rápida, passageira, porém sincera e contundente). a pergunta não é que dramaturgia criamos, mas sim de que maneira chegamos até ela. tenho a clareza absoluta agora de que o nosso drama foi erguido a partir do papel escrito e não necessariamente a partir de ires e vires do corpo ao papel e vice-e-versa. nenhuma problema. o processo é movimento, é erro e tentativa.
não sei porque estou escrevendo isso. temos a nossa estreia dentro do TEMPO_FESTIVAL das Artes no próximo sábado e foi apenas no sábado passado que eu terminei de escrever o texto. de sábado passado (início de setembro, mais precisamente no dia três) até hoje, quinta, muito texto já foi mexido e reescrito. eu, aliás, estou na cozinha da minha casa, tomando um café, enquanto me preparo para reescrever um trecho que espero ser o último até nossa estreia.
mentira. a dramaturgia é e sempre foi movediça. a cena quer entrar e quer se fazer escrita. se foi um processo textocêntrico? talvez por in_experiência, talvez por amadorismo = aquela febra dos que amam com cuidado e excesso de zelo. nenhum problema. respiro. o que ponho aqui escrito é relato sincero e preciso. estamos em tempo. os corpos se movem mais do que nunca ansiosos pelo encontro com o abismo.
chega de poesia. o final da peça escrito. PRÓLOGO (escrita automática) + CENA UM (despedida do ideal) + CENA DOIS (medida da trajetória) + CENA TRÊS (esse mau estar) + CENA QUATRO (rir das marcas) + CENA CINCO (desconhecer-se) + CENA SEIS (não nomear) + EPÍLOGO (profanare). os nomes sempre sintetizando aquilo que depois eu tento expressar por falas, discursos, personagens conflitos e cruzamentos.
enfim, eu queria dizer que eu não sei. que o texto chegou ao fim mas é desde já, desde sempre, coisa morta. que é bom, bonito e seguro. mas que precisa dos corpos, das investidas, das desmedidas, sim, sobretudo das desmedidas. o texto precisa trepidar, ser alvo dos soluços e dos respirares. eu tô tão óbvio. não importa. quis apenas vir até aqui e constatar: o quanto produzimos. o quanto ainda falta para concretizar.
vamos?
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
passadão + cena quatro
espaço sesc, 29 de agosto, 09h30/13h
diogo, nina, flávia, vítor, fred, dominique e marília
PRÓLOGO
aposta de utilizar a faixa DRAGZ 2 feita pelo cabelo;
cecília usa um mp3 player;
boa dicção, porém a voz parece baixa (tentar impostar mais);
boa a chegada da andréia (o tempo, a parada ao lado de cecília);
é bom tocar a sujeira no chão, mas talvez não com as mãos e sim com um dos pés;
bom o toque no inácio;
bom o sorriso no “conrado”;
cecília – fechar partitura e ser rigorosa na repetição da mesma;
a trilha também se retira da cena e deixa cecília rendida?
tônus na lista de odilon que não cessa até o fim da lista da rita;
CENA UM
reação de rita ao “né, rita?” de cecília;
bom o “chantagem emocional”;
bom o tirar do casaco, cecília;
ótimo, nina! o esporro no inácio (deu pra ver que não é por conta de um tênis);
andréia entra com o “pára, rita” com um sorriso que parece sobrar;
a coisa da saudade precisa ser mais sincera (inácio e rita);
rita, entrar mais na fala “se quiser eu posso ir ao banheiro”;
cuidado com a agressividade e a finalização do jogo físico entre os dois meninos;
”lembrança pra lilla”, indicar o lenço como se fosse lilla;
”não, aquilo que a gente tinha pra fazer aqui”, falta intenção (ele tá sendo irônico, escroto);
resolver a coisa da pelúcia;
CENA DOIS
meninos, na andança durante o monólogo de odila, serem mais ágeis e práticos, saindo de cena sem ter que conferir nada;
ótimo o solilóquio, apenas atenção ao forçar da emoção e tomar cuidado com as caras e bocas;
boa a risada (podem debochar mais da coisa da beterraba);
meninas, cuidado com o “pseduo-falatório” enquanto odilon e inácio “brigam” sobre o dvd;
”eu não perguntei isso” tá muito gritado, vítor;
bom o choro da rita e boa a reação da cecília;
corte no texto da rita: do calmante falar direto da ligação do caco" (eu entrego o corte);
cecília e andréia precisam ganhar mais a discussão;
”não chora” ainda não funciona;
CENA TRÊS
afetação maior no “é isso” inicial de andréia, talvez a gente deva aumentar o texto dela;
cecília e rita estão ótimas e fortes dentro de suas convicções;
rita entrar mais direta com ”ela me ligou também”;
será que o texto do odilon é todo pra andréia?;
brinde > não estrangular o texto;
SENTA PRA ASSISTIR não é para o público;
CENA QUATRO
bom o engasgar, fred;
rita, bom “de somar todas essas lembranças e montar uma lilla que nunca existiu”;
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sábado, 20 de agosto de 2011
passadão
PRÓLOGO – 12h24
um doce início, nina. foi preciso.
é também preciso o tempo de relação (em silêncio) com andréia e seu corpo.
dois quadros andréia sai lenta e cecília gagueja dois quadros o do cavalo e o da menina: ótimo receio de perder, da falta.
dominique talvez possa se afetar bem pouquinho aos toques, com um ligeiro sorriso, ligeiro tremer, arrepio.
o que falta é só o corpo dela, a presença continua, volátil.
a lista de inácio inaugura um tempo outro.
inácio chega de costas. lento, cecília o toca.
é bom isso fred de enquanto estiver sendo tocado estar olhando o vazio do espaço.
a lista do odilon começa com inácio saindo, talvez por isso certa irritação, também precisa, nina.
alguém lembra o nome do perfume, aquele sem rótulo que a letícia usava pouco?
rita entra meio sorridente, brincando com os gestos de cecíla – elas se encontram.
rita – cecília tem o rosto da amiga nas mãos.
CENA UM – 12h33
ótimo, fred, gastando o jogo nas falas que podem explodir ainda mais a situação.
ótimo, nina, usar o jogo na fala da lista.
gosto da rita quase estática reagindo com as mãos.
ótimo, ótimo, ótimo, maravilhoso! diz cecília sobre andréia sair da divisão.
rita sai, odilon entra.
a colisão entre odila e andréia não funciona. vocês ou colidem ou abandonam a ideia.
odilon gasta um bom tempo observando a chatice
interessante a entrada de rita e andréia, com sorriso no rosto, andréia só tá cansada desse papo
isso faz a implicância com o odilon ficar mais clara
o gaguejar é ótimo, dô, isso é o que você tá querendo…
bom o lilla, lilla, piada de mau gosto
boa a discussão de relação
pombinho odilon pombinho andréia
boa a briga!
cecília cheira o lenço
a recepção ao lenço que chega ainda não rola
bom demais o A GENTE TERMINOU de andréia e odilon
mto boa discussão entre andréia e odilon sobre a tela
rita no chão
CENA DOIS
ótimo, odila
bom os comentários de odilon, RESTAURANTE
ótimo diálogo odilon andréia
BEIJO NA BOCA, ela também beijou na boca se é isso que tá faltando
discussão dvd tem que dosar, mas rola
bom o jogo, rita, de interferência no papo odilon-inácio
boa, nina, as repetições como a grossa, como a grossa, isso não te diz nada, que grande resolução a sua, perfeito, brilhante
CENA TRÊS – 12h57
fred, boa evolução no ganhar
boa, dô – desde o início soltar o horror e a raiva por ser colocada nesse lugar
bom o porquinho, a progressão da epifania > acho q é preciso transbordar
papo truncado a mini-discussão tira a mão da minha frente é ótimo
ótimo > aceleração eu não tenho obrigação nenhuma
não é exclusividade/é sim/não é…
boa, vítor, a repetição que que vc fez com a lilla
ótimo, dô, a aproximação com andréia e a fala de andréia silenciosa para, tentando afastá-lo
simultaneidade das reação inácio cecília e rita <<
boa, rita, precisa sim!!! boa argumentação!!! te ligou, pediu um beijo, despedida!
TODO MUNDO AQUI SABE QUE A LETÍCIA TINHA MANIA DE DAR BEIJO
andréia, se afetar com a confissão da despedida de andréia
UM BRINDE >>> BOA! DÁ O START PRA TUDO
FALA ANDRÉIA
cadê a afetação dos amigos?
boa, cecília, segurar rita
rita sai, odilon sai, rita volta odilon fica lá dentro
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quarta-feira, 17 de agosto de 2011
CARTA DA SINCERIDADE
Estamos adiando a nossa vida. Adiaremos ela eternamente até que ela não possa mais acontecer. Para que então, impossibilitados pelo nosso imobilismo, declaremos satisfeitos que agora não dá mais. Nada mais a ser feito. Não deu.
Como não deu?
Estou farto. Farto dessa falsidade entranhada. Farto do seu olhar de cúmplice. Farto da nossa covardia. Farto de tanta decadência.
Por que não deu?
Escrever agora é como tomar um banho de sinceridade. Sabe, a gente precisa encarar de frente as coisas. Deixar o óbvio falar por si próprio. A gente tomou o caminho errado. O caminho do medo. O caminho do vício. O caminho da covardia. E nem eu nem você queremos consertar isso. Nos tornamos a nossa própria repetição. Como loucos, esperamos mudanças fazendo sempre a mesma coisa. As coisas não vão mudar.
As coisas tem que mudar.
E isso não é de graça. Não é receita pronta. Não é conforto. às vezes parece que você só quer conforto.
Cansei de esperar por você e seus amigos. Essa gente é tudo hipóteses. Procrastinadores.
Então decidi mudar por mim mesmo. Ter a coragem de ver que o mundo não se curvará aos anseios inertes que ensaiamos. Basta admitir isso. E não vou explicar as coisas aqui, isso ninguém precisa dizer.
Mas o que é importante é que entre ontem e hoje alguma coisa se perdeu. Lembra que a gente podia ficar horas imersos um no outro. Fechados em nossos mundos tinhamos acesso a todo e qualquer mundo. Lembra, como a gente se mergulhava? Como o mundo passava lento lento e distante?
Mas o mundo sempre esteve lá.
Essa é a grande diferença. Você queria esquecer. Eu queria lembrar. É o meu caminho. Eu sempre quis que você visse. Enxergasse. Mas os olhos não bastam. E eu te mostrei. Você sempre foi mais além e isso me fascinava. Bastava um leve princípio, você tinha em si tudo que precisava para criar. E você viu tudo. Mas ver não é suficiente.
Eu queria levar você junto.
Nós montamos o melhor dos mundos. Um mundo verdadeiramente nosso. Mas sempre faltou uma coisa. Amar esse mundo. Nós paramos um estágio antes. Antes do mundo virar mundo. Antes da existência.
Não existe amor ao impossível.
Sabe, antes de voltar para casa eu lí uma frase num muro:
“ Se não você, então quem?
se não agora, então quando?”
Ver é insuficiente,
Conrado"
Carta escrita para Letícia, a nossa Lilla, pelo meu amigo Conrado Costa. Linda e intensa contribuição para o nosso processo.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Van Gogh
Acordei assustada e com um medo pavoroso de olhar pela janela, medo de olhar as folhas, as árvores, as nuvens e só encontrar a tinta borrada no meu sonho, mas não foi isso que aconteceu, pela janela as folhas, as árvores e as nuvens ainda eram folhas, árvores e nuvens.
Suspirei, um longo suspiro de alívio e me lembro de agradecer com todas as minhas forças por não ter morrido em vida.
Acho que a Lilla acordou, olhou pro céu e só viu borrão de tinta.”
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
LISTA de ACONTECIMENTOS FINAIS
ESGOTAMENTO PÓS-CENA 3;
DIÁLOGO ANDRÉIA E ODILON: sobre o beijo, sobre "a gente terminou";
DIÁLOGO CECÍLIA E RITA: sobre altura, sobre a sala, os móveis, sobre a coragem e/ou desespero de lilla, diálogo sobre se você quer ser minha melhor amiga;
LEMBRANÇA DA LILLA: sobre a pinta na coxa, sobre o repositor de leite do supermercado, sobre a festa e a bolsinha cheia de cacarecos;
DIÁLOGO INÁCIO E ALL-STAR CANO ALTO DE ZEBRINHA: sobre se sentir incapaz de dar conta do convite feito pelos amigos, sobre não conseguir ser outra coisa, sobre se reconhecer vencido e incapaz de aceitar toda essa instabilidade;
RITA E CACO: sobre não querer ir embora, sobre estar na casa da amiga suicida, sobre estar com os amigos, sobre foda-se!;
A CARTA: sobre quando encontram a carta deixada pela amiga;
O GURU DO GUGU: sobre o recurso encontrado para brincar com o sentido, sobre perguntas lançadas ao guru sobre tudo isso, sobre perder a importância de alguma resposta;
CUPCAKE: sobre a possibilidade de comemorar alguma coisa, um desaniversário, a morte, a vida, qualquer coisa, sobre a possibilidade de usar as velas do último aniversário de lilla, encontradas, sobre a possibilidade de adoçar a boca e aliviar o segundo;
CECÍLIA E A NOTÍCIA DE JORNAL: que a fez lembrar dos amigos, fala de um ato de resistência de um grupo de seis jovens contra a demolição de um teatro no rio de janeiro que termina com a morte dos seis, fala de como o jornal anunciou tudo isso, fala que a fez se lembrar dos seis amigos;
O JOGO DO LENÇO: que todo mundo sabe qual é.
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domingo, 7 de agosto de 2011
67
Nesses sessenta e sete ensaios talvez o que mais tenhamos feito é encontrar a melhor forma de dizer: estamos aqui, continuaremos aqui e juntos, e mesmo que tudo indique o contrário ainda sorrimos. Sim, talvez seja esse o nosso dizer, ainda sorrimos mesmo quando a vida nos abre janelas que são ao mesmo tempo um salto e uma queda. Um convite ao adentrar no mundo ao mesmo tempo que uma possibilidade de se retirar do mesmo. Janelas que são ponte: um salto na vida ou uma queda pra morte.
Compreender que a vida é feita de contradição, que somos fruto das nossas escolhas e que nosso corpo em sua batida irrevogável clama desesperadamente por poesia e canção, são apenas algumas das questões que nos envolveram durante esses sessenta e sete ensaios e que hoje as 18:00 horas gostaríamos de compartilhar com aqueles que nos visitarão.
Sejam muito bem vindos.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor valerá.
não ligar pro que os outros vão dizer,
não é maldizer é dizer bem, é fazer acontecer, não é fazer o que bem entender e cagar pra todo resto, é fazer sem ofender mas sem também se retirar,
dizer a que veio honestamente, sinceramente, profundamente.
Esquecer o que se é, incorporar o que não sabe.
Vestir a camisa, comprar a briga e correr de olhos fechados.
Existe algo querendo nascer que não revela um rosto apenas um cheiro.
Por isso o fechar de olhos, assim farejamos melhor, assim amamos mais vezes uma mesma e tantas outras mesma coisa.
Profanar é amar o estranho, o não sabido, o proibido porque estranho, o mal falado porque não sabido.
Profanar é amar sem jeito, sem lugar pra acontecer, amar caindo abraçado na lagoa Rodrigo de Freitas, feito poste que despenca, feito pingüim de geladeira. Profanar é ser otário, bobo, ridículo, e tudo isso porque se ama, porque se morre de amor.
Profanar porque eu preciso da baba caindo no meu corpo, pra sentir que ainda existo em algum lugar inexplicável.
Profanar porque eu preciso da risada contagiante junto ao choro de pavor,
Profanar porque corre sangue, fezes e urina pelo meu corpo, corpo esse profanado desde o que dia em que nasceu.
Profanar porque meu corpo é testemunha de um horror sem precedentes, horror que me faz cúmplice de um crime que não cometi.
Transformo em palavras o que me pede pra ser digerido. Não sei qual o valor desse bolo estomacal, divido-o com vocês pra pensarmos juntos e propormos juntos. Não sei o que nos espera e isso me agrada muito.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
Mudança de Parâmetro
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Notas sobre a dramaturgia – Sete
Dar existência ao invisível.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
ensaio 55
quarta-feira, 13 de julho de 2011
ensaio 50
quinta-feira, 7 de julho de 2011
ensaio 47
07/07/11, unirio, sala 301
diogo, marília, dominique, fred, vítor, flávia, nina, verônica machado e tamires nascimento.
LONGA CONVERSA DE UMA HORA E CATORZE MINUTOS.
PANO. com diogo e flávia.
PRIMEIRA CENA.
posições no espaço;
nas quatro cadeiras;
composição:
UMA PROPOSTA DE ESPAÇO
UMA PROPOSTA DE FIGURINO
DUAS PROPOSTAS DE ANDAMENTOS DIFERENTES PARA O TEXTO
UMA IMAGEM ESTÁTICA
UMA REVELAÇÃO
UMA LÁGRIMA
UMA RISADA
UMA REPETIÇÃO DO TEXTO
UM ESTRANHAMENTO COLETIVO
descrição da composição:
os meninos chegam bem vestidos. parece fazer frio onde estão. todos usam sapatos. e isso faz toda a diferença. as roupas são de cores fechadas, mas compostas. há sobreposições, cintos, cachecóis, camisas sobrepostas, meias expostas. no entanto, alguns pontos muito miúdos de cor super aparecem. por exemplo: um copo plástico vermelho que passa, sutilmente, de mão em mão (sem a obrigação de passar por todos). a mochila azul que a cecília usa. o detalhe da marca opção – vermelho – na calça de odilon. as cores todas aparecem muito quando não há cor no geral. eles se espremem dentro de um recorte retangular e pequeno feio com uma marca de uma fita crepe hoje já extinta. eles se movem sem sentido. eles se perfuram e atravessam, eles não conseguem ficar parados. mas ficam. mas voltam a se mover. apostas interessantes que dão ao texto outros significados. exemplo: na hora em que traz a pelúcia, cecília tira sua camisa e fica de sutiã. colocando a camisa estendida no chão. os meninos então saem de dentro da fita crepe e agora a área por ela demarcada vira justamente o espaço no qual eles não entram. é interessante o uso do andamento e da repetição. pequenas repetições de trechos grandes ou apenas um frase provocam de imediato uma intensificação da coisa dita. é também muito interessante o texto sendo derramado, literalmente, sem preocupação de que o sentido acompanhe o sair de toda a fala. não importa. num dado momento, é nítida a aposta num andamento mais lento, como se as palavras custassem a sair, eu poderia dizer como se fosse duro e penoso falar do que está sendo falado. mas eu não me lembro o que foi falado, apesar de conservar a sensação de estarem os cinco andando sobre cacos de vidro. lembro da bota da cecília pisando lenta no chão. os limites de crepe sendo confrontados. sobretudo, me lembro de quanta coisa além-texto foi expressada quando se percebe que há outros meios de expressão que não somente a fala. é o corpo, o olhar, o gesto, a expressão facial. eles têm intimidade e a intimidade escorre por todo o lugar. ser íntimo é ser invisível. em virtude do jogo, do se colocar em experiência, o texto por vezes se atualiza e isso é fundamental. falas mais ágeis por vezes funcionam melhor. frases mais lentas, só quando intencionalmente desenhadas dentro de uma proposta (pouco individual) mais coletiva também funcionam. experiência. excelente aproveitamento da composição para libertação dentro do texto. quando mais ele estiver firme e entendido, mas poderosa será a sua transformação, as alterações de tempo e intenção.
PREPARAÇÃO VOCAL. com verônica machado.
ganho de peso. densidade. dor. em todas as vozes.
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quarta-feira, 6 de julho de 2011
ensaio 46
06/07, unirio, sala 602
diogo, flávia, vítor, marília, dominique, nina e fred
CAFÉ.
com muitas frutas (banana, maça, carambola, biscoitos e talz).
TEXTO.
os meninos passaram o texto uma vez, tentando não colar. é chegada a hora!
PANO. ao som de THE KILLERS e MUMFORD AND SONS e ARCTIC MONKEYS.
com as indicações realizadas no ensaio 44. o jogo mudou completamente. nunca ouvi tanto barulho de respiração, nunca os pés falaram tão alto. ao mesmo tempo – PARADOXO – o pano caiu bastante e a queda dos corpos foi na maioria das vezes relutante. o erguer-se de novo é impactante. cabe jogar a coisa como ela é. se sabemos a regra: pronto. não há motivos para driblar nada.
outra alquimia. a flávia indica que vocês podem ficar mais tempo com o pano nas mãos antes de passar para o outro. e então vemos um ballet acontecer. o pano envolve os rostos e as partes dos corpos. muitas quedas de pano nos momentos mais inacreditavelmente idiotas. rs.
profanação horrorosa. sorriso da marília. o sutiã da nina. os meninos jogando futebol. e a dominique arrumando a calça; enquanto eu e flávia, aqui de dentro-fora, estudamos a relação espacial.
louco. porque o jogo do pano sem o pano me faz pensar onde haveria o pano nas situações mais simples da vida?
o dia até deixou o sol sair.
Jessie J – WHO YOU ARE
CENA.
artificialidade. maneiras distintas de se expressar o conteúdo da cena. o que é importante deixar explícito a partir do texto da cena um – despedida do ideal?
fizemos algumas passadas no espaço, com indicações precisas sobre espaço e com indicações que não se detinham ao espaço, mas sim à velocidade do texto, ao andamento.
confesso: saio deste ensaio convicto de que o tempo da experiência posta em cena é UM para as personagens, para a ficção, e OUTRO para eu, espectador, que assiste a tudo isso. precisamos editar essa obra.
bom ensaio!