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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

e depois da peça tem FESTA NA LAJE

DRAGÃO na GAMBOA

Venham todos e todas! Vai ser imperdível! Mesmo!

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Nesta sexta e sábado, tem DRAGÃO na GAMBOA

Cinco jovens se reencontram no apartamento de uma amiga em comum, dois meses após o seu suicídio. Esse é o ponto de partida do espetáculo Como Cavalgar um Dragão, da jovem companhia carioca Teatro Inominável. Com dramaturgia de Diogo Liberano, criada em processo colaborativo, a peça fala de uma geração em busca do acerto de contas com uma realidade contraditória que a perfura e desorienta. A estreia aconteceu em 2011, no TEMPO_FESTIVAL das Artes, seguida de uma temporada de sucesso durante dois meses no Teatro Municipal Maria Clara Machado.

A aposta cenográfica, assinada por Rafael Medeiros e Fernanda Abreu, parte do mote inaugural do projeto, "atravessamentos", para compor o espaço de um apartamento onde as paredes são telas de pintura cruas que evidenciam o universo representacional do espetáculo e, que passam a ser atravessadas pelos atores na evolução da dramaturgia. Para o crítico João Cícero Bezerra, em crítica publicada no site do TEMPO_FESTIVAL,  "(...) Eis um belo drama contemporâneo (...) uma investigação filosófica sobre a perda. Como Cavalgar um Dragão quer chegar à dimensão ética da linguagem, naquele momento em que a falta desestabiliza o todo, e surge a necessidade de recriar o sentido, a fim de que o jogo e a vida continuem em sua significação arriscada (...)".

Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Diogo Liberano assina a direção ao lado de Flávia Naves, graduada em Artes Cênicas pela UNIRIO. A produção é de Rômulo Corrêa e no elenco estão Dominique Arantes (Andréia), Fred Araújo (Inácio), Marília Misailidis (Rita), Nina Balbi (Cecília) e Vítor Peres (Odilon). O espetáculo foi contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro – FATE, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, e conta com a supervisão de Marina Vianna, atriz e co-autora do espetáculo/filme de Christiane Jatahy, A falta que nos move, importante referência no processo.

Ensaio de DRAGÃO

Para Antonio Guedes, diretor do Teatro do Pequeno Gesto, "Do ponto de vista da dramaturgia, o Dragão trabalha com personagens muito bem construídos. Contando com a parceria de ótimos atores, esses personagens, pelo contraste de temperamentos, nos apresentam um rico mosaico de reações possíveis diante do tema central: o suicídio. Mas do ponto de vista da encenação, esse conto não se deixa transformar numa narrativa simplista, realista, mero relato de uma história. Como plateia, experimentei a descoberta de cada modo de se colocar diante desse limite imposto sobre a vida."

Em 2012, o espetáculo começa o ano no Galpão Gamboa, dentro da mostra GamboaVista. Serão apenas duas apresentações, nessa sexta (21h30) e sábado (21h), dias 03 e 04 de fevereiro. Na sexta, logo após o espetáculo, haverá uma festa com o Bar Enchendo Linguiça e DJ’s convidados. Para quem assistir o espetáculo, a entrada é gratuita. Para quem chegar até 00h, apenas r$ 10. E pós 00h, r$ 20. Para maiores detalhes, acesse o blog do espetáculo (atravessar.blogspot.com) ou do Instituto Galpão Gamboa (www.galpaogamboa.com.br).

SOBRE O TEATRO INOMINÁVEL

Criado em 2008 pelo encontro de Adassa Martins + Dan Marins + Diogo Liberano + Flávia Naves + Helena Cantidio + Natássia Vello, jovens artistas com graduação em Artes Cênicas por universidades públicas brasileiras (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ + Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO), durante poucos anos de existência, o Teatro Inominável criou quatro espetáculos: com NÃO DOIS (2009) pesquisamos a dramaturgia contemporânea da Argentina, num processo que durou onze meses por sobre a obra PASO DE DOS do dramaturgo Eduardo Pavlovsky. Nessa peça, nos debatemos contra o ditado popular “quem cala consente”, apresentando um drama sobre um torturador e uma torturada e a possibilidade do horror e do afeto coexistir num mesmo gesto; com VAZIO É O QUE NÃO FALTA, MIRANDA (2010), depois de dez meses em processo, descobrimos como o sentido é uma verdade movediça. Profanando a obra ESPERANDO GODOT de Samuel Beckett, nos debatemos contra outro ditado popular: “quem espera sempre alcança”. Nessa peça, diversas possibilidades para criação e cognição do sentido eram tentadas, numa encenação metáfora de si própria, na qual quatro atrizes e um diretor tentavam trazer aos palcos uma peça que nunca chegava a ser criada; em COMO CALVAGAR UM DRAGÃO (2011), apresentamos um reencontro de cinco amigos dois meses após o suicídio de uma amiga em comum. Partimos da busca e da necessidade de se permitir ser afetado pelo mundo e pelas relações, redescobrindo tudo aquilo que nos atravessa. DRAGÃO foi contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e integrou a programação do TEMPO_FESTIVAL das Artes; com SINFONIA SONHO (2012) apresentamos uma tragédia contemporânea criada a partir de recentes tragédias envolvendo o massacre de crianças em espaço escolar no Rio de Janeiro. Nessa peça, a companhia busca falar sobre a infância e, por extensão, também do futuro. Em nossa investigação, priorizamos as questões do “agora” e também do “aqui”, numa busca constante por diálogo com o nosso país e cidade.

SERVIÇO

COMO CAVALGAR UM DRAGÃO
Classificação etária: 14 anos
Duração: 75 minutos
Sexta (03/02) as 21h30 e Sábado (04/02) as 21h
Instituto Galpão Gamboa
Rua da Gamboa, 279 – Barão da Gamboa – Rio de Janeiro
Clique aqui para saber como chegar
Informações:
(21) 2516-5929
Capacidade: 80 lugares
Ingressos: r$ 20, (inteira) e r$ 10, (meia-entrada)

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

~GamboaVista


Está chegando a hora. Estão dizendo por ai que este ano é o ano do Dragão. Pois que assim seja. Nos dias 03 e 04 de fevereiro, o Teatro Inominável traz de volta aos palcos do Rio o seu espetáculo Como Cavalgar um Dragão.

A peça apresenta o reencontro de cinco amigos, dois meses após o suicídio de uma amiga em comum. De acordo com o crítico João Cícero Bezerra, "(...) Eis um belo drama contemporâneo (...) uma investigação filosófica sobre a perda. Como cavalgar um dragão quer chegar à dimensão ética da linguagem, naquele momento em que a falta desestabiliza o todo, e surge a necessidade de recriar o sentido, a fim de que o jogo e a vida continuem em sua significação arriscada (...)".

 

Clandestinos dragão

 

Será uma ótimo oportunidade realizar nosso espetáculo num espaço tão incrível como o Galpão Gamboa. A dramaturgia, criada em processo colaborativo e assinada por Diogo Liberano, tem direção do próprio em parceria com Flávia Naves, contando com a atuação e criação de Dominique Arantes, Fred Araújo, Marília Misailidis, Nina Balbi e Vítor Peres. A peça tem supervisão da atriz Marina Vianna e direção de produção de Rômulo Corrêa.

Para conhecer mais sobre o projeto Galpão Gamboa, acesse http://galpaogamboa.com.br/. Se quiser saber mais sobre a programação teatral, acesse o site do GamboaVista: http://gamboavista.com.br/.

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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ensaios remarcados

Segunda 16.01
09h a 12h na UFRJ

Quarta 18.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA UM

Quinta 19.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA DOIS

Sexta 20.01
09h a 12h na UNIRIO
Apenas com Marília e Nina
PRÓLOGO + SOLILÓQUIOS

Domingo 22.01
10h a 14h na UNIRIO
CENA TRÊS

Segunda 23.01 >>> apresentação da dramaturgia do figurino <<<

Segunda 23.01
09h a 12h na UFRJ
CENA QUATRO

Terça 24.01
09h a 12h na UFRJ
Apenas Dominique e Fred
EPÍLOGO + SOLILÓQUIOS

Quarta 25.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA CINCO

Quinta 26.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
CENA SEIS

Segunda 30.01
09h a 15h na UFRJ
GERAL

Terça 31.01
18h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega ate 20h)
GERAL

Dias 03 e 04, sexta e sábado
Chegada na Gamboa entre 17h e 19h

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domingo, 15 de janeiro de 2012

pontos de vista para os próximos ensaios,,

meninos,

a partir de nossa reunião aqui em casa, tramei sete pontos de vista pelos quais acredito ser necessário passarmos, mirando cada cena novamente, uma a uma, tentando desdobrar aquilo que porventura esteja confuso, ou em falta, ou que tenha sido esquecido ou mesmo sequer ainda especulado. é uma maneira de olharmos para o que já temos e multiplicarmos as nossas implicações em expressão. é mais uma vez um jogo possível. mas tem que ser jogado. assim, o que descrevo abaixo não é nada inédito, mas sim um apanhado das questões que me pareceram mais recorrentes em nossas falas.

JOGO ou de que maneira - como - os atores expressam a cena, traduzem a dramaturgia;
BATIDA ou o tempo de cada cena (ou pedaço de cena), a duração e os inúmeros ritmos que constituem algum todo;
APROPRIAÇÃO ou em quais trechos ainda não se é confortável o jogo e como resolver isso, como ganhar a briga com as exigências da encenação e da dramaturgia;
CORPO-GESTO ou como o corpo de cada ator expressa aquilo inexprimível de sua personagem, um esboço de cada dragão (in)contido;
QUADRO ou como trazer a tona o que está soterrado sob o excesso de palavras e movimento, aquilo que é dito sem que as personagens percebam estar dizendo;
PARAGEM ou alguma maneira de permitir que a escuta aconteça, para que personagens bem como espectadores consigam deixar a ficha cair e tenham espaço-tempo para isso;
PERPLEXIDADE ou a tentativa em primeiro plano, como expressar alguma incompreensão que ali se encontra latente e em movimento.

como exposto, não é nada demais. os pontos de vista se confundem uns com os outros, mas é possível trabalhar solitariamente a partir de apenas um. pensar as cenas por tais olhares me parece determinante e extremamente proveitoso.

vejamos como vai ser isso.

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próximos ensaios de DRAGÃO

Abaixo, os próximos ensaios agendados:


Segunda 16.01
09h a 12h na UFRJ
trabalho sobre CENA UM


Quarta 18.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA UM/DOIS


Quinta 19.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA DOIS/TRÊS


Domingo 22.01
10h a 14h na UNIRIO
trabalho sobre CENA TRÊS


Segunda 23.01
09h a 12h na UFRJ
trabalho sobre CENA QUATRO


Quarta 25.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA CINCO


Quinta 26.01
19h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega até 20h)
trabalho sobre CENA SEIS


Segunda 30.01
09h a 15h na UFRJ
passadões e ajustes gerais


Terça 31.01
18h a 23h na UNIRIO
(Vitor chega ate 20h)
passadões e ajustes gerais


Dias 03 e 04/02, sexta e sábado
17h para arrumação, concentração e reconhecimento do espaço
21h início das apresentações na Gamboa

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Dragão


É pessoal e intransferível.
Cada qual tem o seu.
Desde os inícios.
No entanto, por um tiro certeiro e preciso, eis que agora reina no centro da sala esvaziada, um dragão de ronco lento e pesaroso. Um dragão entristecido.
É que no exato instante em que Letícia se lançou pela janela, ela deixou o bicho preso ali dentro do quarto. Ela se lançou porque o dragão a sufocava o íntimo. E então, certeira, da forma como era preciso, ela desistiu.
Só que dragões são grandes e invisíveis. São metáforas não porque não existam, mas porque vê-los seria para o homem um risco final a cortar sua pele e revelar o próprio íntimo. Seria algo como a morte súbita e sem explicação.

Mas ele ainda existe.

Só que os pais de Letícia lacraram a janela do quarto. Poucos dias após sua morte, eles decidiram sem dizer palavra alguma que era preciso apagar o fato – duro como um muro de pedras – de que sua filha preferira o salto ao jantar.
De que Letícia preferiu partir do que tentar resolver tudo como sempre achavam terem resolvido: ao redor da mesa da sala.
Então o medo cegou seus olhos. O pavor da culpa, a tentativa de atar o que para sempre será desatado. Eles cimentaram a janela. Mas o horror persistiu no branco da parede do quarto. O horror voa solto em meio ao vento empoeirado.

Ele morre aos poucos.

No entanto, persiste no quarto já sem cama ou armário. Ele ali apavorado, sem compreender porque o mundo o repudia e se afasta do seu bafo (o baforar de um dragão é seu primeiro contato; sua forma quente de dizer prazer em conhecê-lo).
Ele ali dentro irritadiço e machucado, fazendo sobre as coisas de Lilla alvoroço e estrago. Despencando caixas, procurando comida, revirando roupas e seguindo o cheiro dela que partiu. O que ele procura talvez seja só o seu abrigo que ruiu. Mas como achá-lo se a janela foi lacrada?

Ele desde então não fechou os olhos.

Pois dois meses antes, dormia dentro de Lilla incontido. Queria ser o que a garota em seu íntimo alimentava em segredo. E o íntimo dela era ele, o dragão que agora repousa sem casa ainda é a Lilla, porém com a face desarranjada.
Dois meses depois, eis que ali se encontram os amigos de Letícia para dividir entre si os pertences dela que ainda ocupam o quarto. O apartamento vazio e semi-reformado, aguarda – ansioso – a saída desse dragão para ser vendido ou alugado.

Ele não foi brincado.

Porque Lilla não conseguiu cavalgá-lo. Por isso ele está preso no quarto, como se estivesse de castigo. Ela pediu licença sem pedir, ela fugiu sem deixar bilhete. Isso é tudo o que sabemos. Mas ali, dentro do seu quarto, o dragão se comove com o manuseio dos amigos que um a um, adentraram sua prisão e dela retiram todas aquelas coisas que ele mesmo já havia vasculhado. O dragão, preso dentro do quarto, aos poucos se sente menos enclausurado.
Cecília informou aos amigos: sobrou aquela pelúcia, alguém vai querer? Não, ninguém quis, ninguém disse nada. Dentro do quarto por agora só mesmo o dragão e uma pelúcia estranha, judiada e conhecida. Eles se olham. Estáticos. Que estranha semelhança essa que nos aprontaram, talvez um deles pense.

Ele brinca com a pelúcia e a destrói.

Enquanto na sala, os amigos não cavalgam aquilo que Lilla não soube cavalgar. Eles ali na sala reunidos hoje tentam cavalgar a si próprios (sem saber ao certo que coisa estranha é essa que carregam dentro de si). O vazio, o buraco, o silêncio, a azia, o tempo, a loucura, o mito, o que não tem nome, o inominável, o nó, o vácuo, o absurdo, este absurdo imenso que não parece fazer sentido e que, no entanto, dói.

Doo logo existo.
Então,

De que modo ultrapassar uma coisa que não admite resolução?
Eis o título de nosso espetáculo:

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Panetone

É chegado o fim do ano. E com ele também chegamos ao fim de um processo que se iniciou em outubro do ano passado. Seria mesmo o fim do processo? Tenha a sensação clara e límpida de que as coisas estão começando ainda, de que o nosso ofício – do qual ainda sabemos tão pouco – supera a mesmice e sempre nos atualiza com novos tremores e arrepios. Foi lindo, meninos. Do impossível chegamos enfim ao impossível. Impossível desta vez morno e aconchegante. Hoje temos a condição de administrar um pouco mais de nossos arrepios. Isso é amadurecer.

E ao mesmo tempo estamos tão longes. Neste ano fizemos vinte apresentações de nosso DRAGÃO. E foram nove semanas ininterruptas de trabalho intenso logo na primeira temporada. Foram nove semanas que pareceram nove meses. Muito esforço, muita dedicação, muita dúvida e muitos erros e muitas descobertas. Estamos vivos. Sobrevivemos. E hoje emocionamos e trazemos a cena um pouco daquilo que também nos engole e mastiga.

Que o fim do ano traga ainda mais força e desejo em nossos corações. Que a gente consiga de novo – e mais uma vez – dobrar as diferenças para dançarmos juntos isto que nunca daremos conta de controlar:

dragão 08 - foto de seblen mantovani
Foto de Seblen Mantovani

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

“Diálogo, mais ou menos ágil, com o desequilíbrio geracional”

Eis que a nossa primeira crítica é feita pelo crítico Macksen Luiz, que esteve presente em nossa estreia, no dia 11 de outubro. A opinião do crítico foi postada em seu blog [http://macksenluiz.blogspot.com/] e pode ser conferida abaixo (clique sobre a imagem para vê-la em tamanho maior):

critica macksen 18out copy

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domingo, 9 de outubro de 2011

PRIMEIRA TEMPORADA

Nesta terça-feira, 11 de outubro as 21h, o Teatro Inominável entra em cartaz com COMO CAVALGAR UM DRAGÃO. O espetáculo, contemplado pelo Fundo de Apoio ao Teatro – FATE – da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, havia se apresentado duas vezes dentro do TEMPO_FESTIVAL das Artes, em setembro.

DRAGÃO - Estreia

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

É AMANHÃ!

Finalmente. Depois de tudo, depois de tanto...

Como dói parir. Venho sentindo as contrações do parto há tanto tempo que quase esqueço a alegria do nascimento.

Mas não quero escrever, não quero falar, só quero sentir, só quero poder chorar, só isso.

E abraçar vocês com força, mais isso.

Que venha o Dragão!!

MERDA!!!!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Notas sobre a dramaturgia – Oito

faz tempo que não escrevo sobre a nossa dramaturgia. nessa semana, ouvi de marina vianna que nosso processo é o mais textocêntrico de todos. entrei numa crise (rápida, passageira, porém sincera e contundente). a pergunta não é que dramaturgia criamos, mas sim de que maneira chegamos até ela. tenho a clareza absoluta agora de que o nosso drama foi erguido a partir do papel escrito e não necessariamente a partir de ires e vires do corpo ao papel e vice-e-versa. nenhuma problema. o processo é movimento, é erro e tentativa.

não sei porque estou escrevendo isso. temos a nossa estreia dentro do TEMPO_FESTIVAL das Artes no próximo sábado e foi apenas no sábado passado que eu terminei de escrever o texto. de sábado passado (início de setembro, mais precisamente no dia três) até hoje, quinta, muito texto já foi mexido e reescrito. eu, aliás, estou na cozinha da minha casa, tomando um café, enquanto me preparo para reescrever um trecho que espero ser o último até nossa estreia.

mentira. a dramaturgia é e sempre foi movediça. a cena quer entrar e quer se fazer escrita. se foi um processo textocêntrico? talvez por in_experiência, talvez por amadorismo = aquela febra dos que amam com cuidado e excesso de zelo. nenhum problema. respiro. o que ponho aqui escrito é relato sincero e preciso. estamos em tempo. os corpos se movem mais do que nunca ansiosos pelo encontro com o abismo.

chega de poesia. o final da peça escrito. PRÓLOGO (escrita automática) + CENA UM (despedida do ideal) + CENA DOIS (medida da trajetória) + CENA TRÊS (esse mau estar) + CENA QUATRO (rir das marcas) + CENA CINCO (desconhecer-se) + CENA SEIS (não nomear) + EPÍLOGO (profanare). os nomes sempre sintetizando aquilo que depois eu tento expressar por falas, discursos, personagens conflitos e cruzamentos.

enfim, eu queria dizer que eu não sei. que o texto chegou ao fim mas é desde já, desde sempre, coisa morta. que é bom, bonito e seguro. mas que precisa dos corpos, das investidas, das desmedidas, sim, sobretudo das desmedidas. o texto precisa trepidar, ser alvo dos soluços e dos respirares. eu tô tão óbvio. não importa. quis apenas vir até aqui e constatar: o quanto produzimos. o quanto ainda falta para concretizar.

vamos?

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

alterações dramaturgia

FINAL DA CENA TRÊS

Inácio Rita, fica!

Rita Por que, Inácio, ficar por quê? Pra arranjar um culpado, alguém que possa ter feito com que a Lilla se matasse? Não, eu não fico, Inácio. Hoje é o primeiro dia que a gente se reencontra depois do enterro da Letícia e você não tem ideia do peso que as suas palavras ganham quando saem da sua boca e chegam ao nosso ouvido. Eu não tenho motivo pra ficar.

Inácio Rita, por favor, fica!

Rita Só se você me fizer acreditar que você sabe exatamente o que tá acontecendo aqui dentro, me faz acreditar que você tem a capacidade de abrir essa boca pra dizer alguma coisa realmente sincera e importante. Me faz acreditar agora, Inácio, a hora é agora, eu tô aqui na sua frente, mas não por muito tempo\

 

PARTITURA PRÓLOGO

1. ALMOFADA
2. BLUSA
3. MAIÔ
4. CAIXA
5. LIVROS
6. QUADRO
7. ABAJUR
8. MÓBILE
9. WALKMAN
10. PUFF
11. ALL-STAR
12. GUARDA-ROUPA

Andréia. Um par de sapatilhas brancas número 34; um par de patins pretos com rodinhas roxas número 37; dois pares de All Star, um branco básico e um vermelho de couro, ambos número 37; três almofadas que ficavam sobre a cama 1 (a vermelha, a amarela e a azul); uma blusa do Guaraná Antártica comemorativa da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1998; um vestido quadriculado 3 estilo toalha de mesa; todos os álbuns de fotografias 12 de 1994 até 1999; uma caixa de papelão 4 com todos os calendários da Caixa Econômica Federal desde 1999; uma caixa de papelão com dezesseis VHS de gravações diversas; três livros 5 sobre o Francis Bacon, um deles em inglês; cinco livros do Samuel Beckett; uma reprodução emoldurada do quadro 6 Icarus do Matisse; uma tela riscada com traços de tinta a óleo tentando reproduzir o quadro do Matisse; um abajur lilás 7 com franja que ficava na mesa de cabeceira; um móbile 8 de libélulas pequenininhas que ficava preso na janela; um Walkman 9 velho da Sony; um puff 10 quadrado e amarelo, com rodinhas; e um All  Star 11, o de cano alto de zebrinha número 37 que eu também quero pra mim mas a gente resolve isso depois.

Eu. Um par de All Star 11 cano alto de zebrinha número 37 que a Andréia também quer e que a gente resolve depois; ANDRÉIA ENTRA um par de salto alto verde 10 bebê número 37 ANDRÉIA É TOCADO; um par de sapato marrom trançado a couro número 37; um par de sapato vermelho (o da formatura) número 38; aquela blusa dos Beatles e aquela jaqueta que já estão lá em casa; um guarda-chuva preto; uma caixa de papelão com um baralho da drogaria Pacheco; um diário pequeno em branco; dois cadernos médios em branco; uma canga promocional do jornal O GLOBO; ANDRÉIA SAI e dois quadros 6, um do cavalo e um da menina.

Inácio. Uma casa de dois andares 12 da Barbie que tava desmontada sobre o guarda-roupas; um cavalete de madeira 9 com alturas ajustáveis; quatro gnomos  5 de madeira pintados; três duendes também de madeira, também pintados (sendo que um dos duendes tá sem o braço esquerdo); uma bola de vôlei 4; aquele brinquedo estranho, o Guru do Gugu; um Pense-Bem; um micro system AIWA; uma vitrola pequena sem marca; uma TV SANYO 14’ 6 com VHS embutido, mas sem controle remoto; um DVD player muito velho, sem controle; um LP da Xuxa 1 autografado pela Xuxa; um cd do É o Tchan no Havaí; sete livros do Harry Potter (e mais dois pequenos: um sobre quadribol e outro sobre animais fantásticos); INÁCIO ENTRA uma agenda da Cantão 7 do ano 2000 completamente usada; uma agenda telefônica tradicional 8 e usada, de papel; um pôster do Fidel Castro; um pôster das Spice Girls; três quadros intitulados Homens, Relógios e Da casa pegando fogo; um balde cheio de pincéis (eu não tive saco pra contar quantos, mas todos os pincéis vão ficar pro Inácio); um edredom de joaninha; uma toalha de banho verde musgo 2; um maiô acetinado cor cobre 3; sete calcinhas (eu não vou dizer quais são porque o Inácio foi o único que pegou calcinha); um par de pantufas cabeça de girafa 10; um pijama de flanela com botões na frente; uma camisa escrota Alguém que te ama muito foi a Trancoso e lembrou de você; um casaco da GAP que todo mundo sabe qual é; INÁCIO É TOCADO um óculos Ray-Ban que todo mundo sabe qual é; um Paco Rabanne usado; um Lancaster fechado; uma maleta grande com todas as maquiagens;um par de All Star cano alto de zebrinha número 37 que eu também quero então a gente resolve isso depois; um mapa-astral feito à mão; uma cadeira de praia com listras coloridas; uma foto emoldurada daquele dia no Jardim Botânico; uma caixa de papelão com todas as cartas trocadas com o Conrado; uma foto emoldurada daquele final de semana em Angra; e uma foto emoldurada do dia da nossa festa de formatura. INÁCIO SAI.

Odilon. Um vinil do John Lennon 9; cinco da Nina Simone 5; três CDs do Strokes; cinco da Rita Lee; dois do Los Hermanos, o Los Hermanos e o Bloco do Eu Sozinho; o Circuladô Vivo do Caetano 12; uma edição do Macunaíma do Mário de Andrade; A teus pés da Ana Cristina César; Para viver com poesia do Mário Quintana; Diário de um cucaracha do Henfil; A Gaivota do Tchékhov; dois volumes do Mil Platôs do Deleuze e do Guattari, o volume 1 e o 3, 6 sendo que o 1 ainda tá embrulhado e o 3 tá sem algumas páginas; oito pequenas telas riscadas 4; uma tela média toda pintada de verde; um laptop coberto de adesivos e com a tela trincada; um par de meias 2 cinzas e grossas que tavam sobre a cama; um lençol de solteiro 3 que tava na cama (aquele dos cavalinhos de corrida); um perfume\ 11 Alguém lembra o nome? Daquele sem rótulo, que ela usava pouco? Um vidro de perfume sem rótulo que ninguém sabe o nome e que ela usava pouco; uma garrafa térmica 10 marrom com tampa plástica mordida; um celular velho 7 com o visor estilhaçado; e seis mini-cactos da coleção dos sete mini-cactos que ficavam no parapeito da janela do quarto dela só que um deles deve ter caído\

RITA ENTRA Rita. Uma caixa com as aquarelas; um diário em branco; uma edição d’O Código da Vinci; um DVD Elas cantam Roberto; um porta incenso com guarda-cinza acoplado; um cinzeiro de vidro maciço; uma imagem de barro de São Jorge matando um dragão; uma camiseta de Trancoso que o Inácio também quer então vocês resolvem isso depois; e um par de sapatinhos plásticos e vermelhos sem número que parece ser de alguma boneca.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O BEIJO

Olha as marcas cravadas no meus pulsos, ela disse, eu sei o que você está sentindo, eu compartilho da sua dor, eu sei o que é perder a visão mesmo estando certa que meus olhos continuam a enxergar, eu sei o que é sentir o gosto amargo da saliva escorrer pela boca e encharcar o corpo inteiro, eu também já senti esse bicho estranho que ganha força aqui dentro e te pedi pra voar, as palavras sem esforço saiam da sua boca e ele que ouvia tudo mas nada escutava foi aos poucos se rendendo àquela voz suave que a seus ouvidos chegava na gentileza de uma canção, ele que com esforço hesitava entre soltar ou não soltar os dedos que agarravam o parapeito da janela, cinco dedos apenas agarrados ao cimento branco, a outra mão agarrada à faca que molhada de suor insistia na queda daquele corpo que ainda hesitava, ele que ainda hesitava foi se deixando levar pela boca insistente, e então o beijo, a boca dela nos lábios dele, os lábios dela no pavor dele e ele, surpreendido e embriagado pela faísca invisível do amor, ele agora apenas, o instante que não vingou.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sacola Plástica

Segue o trecho da Cena Quatro – Rir das Marcas a ser usado nas composições a serem criadas e apresentadas no ensaio de quarta-feira:

Cecília A primeira vez que eu a vi foi inegável o seu sentimento de voo. Era inexplicável a leveza que ela detinha ao riscar no ar qualquer contorno. Naquele dia eu percebi como que as coisas que não se conhecem também podem ser afins. As pessoas cruzando as ruas e calçadas e ela subindo, solitária e abusada. Ventava muito naquela tarde. E nisso ela se enchia de ar e desfilava saciada. Até que chegou ao topo de um prédio. Foi quando eu a vi e pensei na nossa amiga. Só que então o vento ventou mais forte e a sacola plástica foi, enfim, arrastada por um ar sem previsão, feito fosse um grito ou dor sem dono clamando por atenção. O ônibus parado no sinal e eu dentro dele pensando na altura que ela teria se jogado. E se ficou consciente o tempo todo. Eu pensando se o tempo todo incluia também o fim. Será que ela pensou em quem? O ônibus arrancou. Olhei através da janela e a vi despencar no meio da multidão. Feito um corpo que sobe até não mais poder, até se convencer de que realmente é preciso cair. E desde então eu não sei dizer pra onde ela foi, porque meu ônibus seguiu e agora eu tô aqui, parada com vocês, exatamente neste ponto\

sábado, 20 de agosto de 2011

Divulgação


Marília Misailidis + Fred Araújo + Dominique Arantes + Vítor Peres + Nina Balbi
  

passadão

PRÓLOGO – 12h24

um doce início, nina. foi preciso.

é também preciso o tempo de relação (em silêncio) com andréia e seu corpo.

dois quadros andréia sai lenta e cecília gagueja dois quadros o do cavalo e o da menina: ótimo receio de perder, da falta.

dominique talvez possa se afetar bem pouquinho aos toques, com um ligeiro sorriso, ligeiro tremer, arrepio.

o que falta é só o corpo dela, a presença continua, volátil.

a lista de inácio inaugura um tempo outro.

inácio chega de costas. lento, cecília o toca.

é bom isso fred de enquanto estiver sendo tocado estar olhando o vazio do espaço.

a lista do odilon começa com inácio saindo, talvez por isso certa irritação, também precisa, nina.

alguém lembra o nome do perfume, aquele sem rótulo que a letícia usava pouco?

rita entra meio sorridente, brincando com os gestos de cecíla – elas se encontram.

rita – cecília tem o rosto da amiga nas mãos.

CENA UM – 12h33

ótimo, fred, gastando o jogo nas falas que podem explodir ainda mais a situação.

ótimo, nina, usar o jogo na fala da lista.

gosto da rita quase estática reagindo com as mãos.

ótimo, ótimo, ótimo, maravilhoso! diz cecília sobre andréia sair da divisão.

rita sai, odilon entra.

a colisão entre odila e andréia não funciona. vocês ou colidem ou abandonam a ideia.

odilon gasta um bom tempo observando a chatice

interessante a entrada de rita e andréia, com sorriso no rosto, andréia só tá cansada desse papo

isso faz a implicância com o odilon ficar mais clara

o gaguejar é ótimo, dô, isso é o que você tá querendo…

bom o lilla, lilla, piada de mau gosto

boa a discussão de relação

pombinho odilon pombinho andréia

boa a briga!

cecília cheira o lenço

a recepção ao lenço que chega ainda não rola

bom demais o A GENTE TERMINOU de andréia e odilon

mto boa discussão entre andréia e odilon sobre a tela

rita no chão

CENA DOIS

ótimo, odila

bom os comentários de odilon, RESTAURANTE

ótimo diálogo odilon andréia

BEIJO NA BOCA, ela também beijou na boca se é isso que tá faltando

discussão dvd tem que dosar, mas rola

bom o jogo, rita, de interferência no papo odilon-inácio

boa, nina, as repetições como a grossa, como a grossa, isso não te diz nada, que grande resolução a sua, perfeito, brilhante

CENA TRÊS – 12h57

fred, boa evolução no ganhar

boa, dô – desde o início soltar o horror e a raiva por ser colocada nesse lugar

bom o porquinho, a progressão da epifania > acho q é preciso transbordar

papo truncado a mini-discussão tira a mão da minha frente é ótimo

ótimo > aceleração eu não tenho obrigação nenhuma

não é exclusividade/é sim/não é…

boa, vítor, a repetição que que vc fez com a lilla

ótimo, dô, a aproximação com andréia e a fala de andréia silenciosa para, tentando afastá-lo

simultaneidade das reação inácio cecília e rita <<

boa, rita, precisa sim!!! boa argumentação!!! te ligou, pediu um beijo, despedida!

TODO MUNDO AQUI SABE QUE A LETÍCIA TINHA MANIA DE DAR BEIJO

andréia, se afetar com a confissão da despedida de andréia

UM BRINDE >>> BOA! DÁ O START PRA TUDO

FALA ANDRÉIA

cadê a afetação dos amigos?

boa, cecília, segurar rita

rita sai, odilon sai, rita volta odilon fica lá dentro

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