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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lenha > devidamente colocada < na fogueira

Marília comentou uma postagem anterior:

Li "A Morte do Autor" e vou colocar lenha nessa fogueira.Alguns trechos me lembram indicações sobre como poderiamos explorar o VP.Como uma escrita livre,sem se preocupar em fazer sentido.Quem reúne tudo é o leitor.Para que ele nasça é preciso que o Autor morra...
Identifico esses elementos,mas tenho dificuldade em visualizar sua prática.Me parece um debate teórico interessante para a renovação dos críticos tradicionais.Mas não alcanço todo seu extremismo.
Minha impressão é que todos fazem sentido.Será que as coisas precisam morrer porque não puderam coexistir?Será que é preciso dizer da morte do autor apenas para dar espaço ao leitor?Todos deveriam ter espaço,inclusive,como lembram os linguistas,as próprias palavras.Não?

Como eu vejo:

Sim, são indicações para vocês, atores. Vocês são autores dessa parada. Por vezes, é menos o que eu acho e mais o que a minha presença ali é capaz de formar. Não vamos dar conta de todos os sentidos. Por isso, eu e Flávia (“do lado de fora”) somos mais leitores do que autores. Somos mais espectadores do que diretores.

Paradoxo. Total. Ora, como eu peço a vocês que escrevam e como peço, ao mesmo tempo, que deixem o corpo escrever sem pensar nem se preocupar em caprichar no que estão dizendo? Não tenho resposta para essa pergunta. Para mim, algumas questões morrem solteiras, sem resposta.

Dificuldade em visualizar sua prática. Claro. Você não tem que visualizar nada. Não estou sendo grosseiro. Estou sendo sincero. Você não visualiza. Você realiza. E há um abismo entre uma ação e outra.

Sua impressão de que todos fazem sentido. Bom, mais uma vez, devo dizer, quem disse que é pra fazer sentido? Assim, se questionarmos essa verdade universal (?!), acabamos por nos ter com o básico: não tem que fazer sentido. Não necessariamente. Isso tira de nós uma exigência histórica e libera o corpo para a façanha de estar vivo e afetante, afetável.

Quais questões são questões e quais questões são falácias?

Selecionar o drama.

Não vale à pena morrer por qualquer coisa.

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