queridos,
eu não morri. porque ao morrer, nasço de novo, como autor também da encenação. e quando estreiarmos, morro outra vez de novo e dai então eu talvez venha a escrever outra coisa que me dê vida novamente.
não me achem demente. durante alguns ensaios, eventualmente – nada demais – quero estar longe e não perto. quero estar presente somente como autor daquilo ali impresso sobre o qual vocês gritam e vociferam.
é que é melhor morrer à distância, sem tentar proteger o peito dos riscos e rabiscos que vocês atores fazem para ganharem este “u” e virarem, por fim, autoria.
ao mexer no meu texto, ao dizê-lo, contradizê-lo, amá-lo e fracioná-lo, eu morro feliz e com o sorriso operante. não é cinismo, nem demagogia. eu sou o melhor autor de todos a partir do momento em que reconheço minha própria morte.
destruam (isso é também uma forma de amar).
segue abaixo um texto cruel e delicioso. dedicado a vocês, que me matam e recriam, a cada dia:
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texto de Roland Barthes.