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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ensaio 18 de março

Estou muito animada com o que vi hoje no ensaio. Acho que temos um ótimo começo. Me agrada o que construimos por diversos motivos, o mais especial é a gostosa sensação da construção no coletivo. Construção em grupo. As relações entre cada personagem vai se desenhando aos poucos a partir do muito que cada um planta. vocês nem sabem da gravidade de cada escolha feita. chego em casa e penso em vocês, no personagem de vocês e me surpreendo com minha própria surpresa ao pensar: minha nossa! O Odilon chegou no enterro da Lilla bêbado, por isso o Inácio implica tanto com ele na questão com a bebida e por isso Odilon bebia tanto café no dia do enterro...não é engraçado?
Pra mim eles chegaram ali na casa dela e se estranharam, até aquele momento ainda não haviam conseguido olhar no olho um do outro, ainda não haviam trocado palavras sinceras e profundas. Chegaram, dividiram as coisas não sem algumas brigas idiotas por alguns pertences e aí estão, sem saber o que dizer, sem saber pra onde olhar, com uma estranha sensação de despertencimento e impotência. Inácio tenta um estímulo mas da sua boca só sai farpas e piadas sem graça, reflexo do coração que está cheio de dor e não sabe como expressar essa dor e não sabe como pedir ajuda. Cecília imediatamente o responde, ela não deixa barato, ela está irritada nesse primeiro momento mais do que os outros. Rita pensa em ir embora, Rita não quer mas quer ir embora, aquilo ali está estranho, ela está com fome e Andréia não trouxe nada pra comer, trouxe apenas um vinho. Motivo para outra discussão e chateação. Odilon escuta impávido as provocações e exageros de Inácio até que numa atitude cega parte pra cima de Inácio, todos tentam conter a briga, Andréia é o única que consegue segurar Inácio, Andréia fala e Inácio escuta enquanto Cecília discute com Odilon sobre a sua atitude ao mesmo tempo que consegue fazer com que Rita fique. Inácio para e respira. Todos respiram. Inácio e Andréia se abraçam. Esse é o momento em que consigo vê-los pela primeira vez juntos, pra mim fica claro que nenhum deles sabe como lidar com aquela situação e o que acontece quando não sabemos o que fazer com algo imenso que está dentro de nós é que explodimos por qualquer outro fútil e pequeno motivo e em cima das pessoas que mais amamos. Quem já não fez isso? No momento que a briga explode eu tenho a sensação de que eles não deixam a raiva perdurar por muito tempo porque sabem que aquilo tudo faz parte de algo que os envolve por inteiro e o que é mais importante, aquilo por mais que os fira, os une. A dor da perda os une. Então Inácio brinca com Andréia, tira o lenço do seu pescoço e o lança no ar, ela tenta resgatar o lenço mas este já está na mão de outro que imediatamente o lança a outro. fim do nosso prólogo.

Fluxo textual.
Por favor, postem aqui para que possamos escutar mais uma vez.

Roda da potência suicídio-vida.
Vítor e o seu cavalo Petulante.
Marília e o seu amor à primeira vista.
E eu querendo escutar mais e mais...
e eu querendo perguntar mais e mais....