o que fica de hoje:
- já temos uma ausência que sempre grita. Não aguentamos outra.
- fizemos uma improvisão em que trabalharíamos a simultaneidade de 2 improvisações. Eu e marília na sala do apartamento da Lilla. Vítor e Dôdo no corredor. Meu mote era: entrar primeiro no espaço e, sozinho, me permitir vivenciar algo não possível de continuar sendo vivenciado quando Marília chegasse. E, durante a improvisação, meu objetivo era inverter o jogo e dar à Marília aquilo que eu estava sentindo quando estava só. Me parece que só tive êxito no meu objetivo na segunda vez que tentamos. Confesso que me pareceu ser muito forte eu chorando abraçado à Marília e, ao mesmo tempo, sendo porta-voz de uma discurso que era para mim ("chora não.. força.. tá tudo bem.. olha, eu tô aqui."). Tinha um ruído na comunicação, corpo\situação e fala não estavam dialogando. Achei isso bom e desesperado.
- Nesta segunda improvisação tínhamos um objetivo claro: rir, gargalhar até que diogo ou flavinha determinasse o fim. Ou seja, nossa improvisação terminaria numa gargalhada histérica. Quase como aquelas de segunda-feira.. no corredor.. pós-aranha. Na segunda fizemos, mas hoje não conseguimos reproduzir. Falhamos ? Nem todos entenderam a proposta.. chegamos à conclusão que é muito importante OUVIR as propostas. Talvez falar menos, comer menos.. não sei.
- agora o mais imporante foi saber hoje que existe na improvisação um espaço possível de experimentação que pode beirar o inverossímel. Não podemos temer o ridículo e o grotesco. Temos que propor.e ir fundo na proposta. Podemos abandoná-la quando quisermos mas vamos até o fim primeiro. Deixa a lapidação para mais tarde. Podemos ser fake agora, né ? acho que é o momento da descoberta. Ou seja, se é para rir, vamos gargalhar e pode ficar no automático\no cumprir com as regras\pode parecer que não é verdade mas vamos até o fim. Não adianta a gente estar sentindo o dragão dentro e não expressar. É como se pedissem para gente uma ultrasonografia para o dragão aparecer em imagem. Penso mesmo que tudo pode ser maior. Mais explorado. Talvez isso explique para mim a questão do estar cômodo. Penso que compulsão pode ser uma boa palavra neste momento. Temos que experimentar.
p.s.: mas não acho que este espaço que agora está claro para mim tenha sido exposto antes. Parece que é a partir de hoje que temos que lidar com esta possibilidade.
- conversamos sobre o nosso futuro. Sobre o Tempo Festival e queria dividir isso: não podemos deixar que as possibilidades futuras (novas para todos nós e lindas e tentadoras) vire um dragão. É bom saber que tudo isto existe mas não vamos nos deixar paralisar. Existe um trabalho do agora que é mais importante que o futuro duvidoso. Talvez saber de tudo isto só nós dê mais força ainda para a descoberta desta cavalgada.
- para os diretores: qual a importância dos lugares sugeridos para a ambientação das improvisações ? será que não seria bom a gente sair um pouco daquele apartamento ? um domingo no parque ?
pensamentos de um insone.