28/9/2010 1:19, Redação, com agências - do Rio de Janeiro
Quando o tradicional Hotel Glória, que está sendo reformado pelo grupo EBX, do empresário Eike Batista, reabrir as portas, no fim de 2011, terá recuperado o brilho da fachada original, de 1922, mas deixará uma lacuna no cenário cultural da cidade. O Teatro Glória, que funcionava desde 1970 no anexo do edifício, deixará de existir. Em nota, a EBX informou que está analisando estudos de contrapartida para compensar o fim do teatro. Não está descartado um novo empreendimento, provavelmente na Marina da Glória, que também está sendo revitalizada.
A notícia de que o Teatro Glória não seria reaberto pegou de surpresa produtores culturais. Bianca de Felippes, uma das diretoras da Associação de Produtores do Teatro do Rio, lamentou o fim do Glória.
- É uma tristeza quando um palco é fechado. O Rio tem poucas opções, obrigando quatro, cinco peças a dividirem o mesmo teatro. Temos que ter espetáculos às 23h, às terças-feiras, em dias não tão bacanas de público, porque não há espaço para todos – disse Bianca.
Segundo o subsecretário de Patrimônio do município, Washington Fajardo, o Hotel Glória é preservado, como entorno do Edifício Milton – este sim, tombado. Por isso, o projeto de restauração do hotel foi analisado e aprovado pela Subsecretaria do Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design. Segundo Fajardo, foi feita uma pesquisa histórica e iconográfica, que constatou que o Teatro Glória não pertencia ao projeto original. Por isso, teve sua demolição autorizada para que o prédio principal voltasse a ter seu formato original.